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13 de novembro de 2025 - 09h09
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ESPAÇO

Brasil fará 1º lançamento comercial de foguete em Alcântara no próximo dia 22

Foguete sul-coreano HANBIT-Nano levará satélites e experimentos de Brasil e Índia; operação marca entrada oficial do país no mercado espacial

13 novembro 2025 - 07h30Caio Possati e Célia Froufe
Torre Móvel de Integração, de cerca de 35 metros, é usada para a montagem de foguetes.
Torre Móvel de Integração, de cerca de 35 metros, é usada para a montagem de foguetes. - (Foto: FELIPE RAU/ESTADÃO)

O Brasil dará um passo inédito no setor aeroespacial no próximo dia 22 de junho, com o primeiro lançamento comercial de um foguete a partir do solo nacional. A operação, batizada de Spaceward 2025, será realizada no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, e representa a entrada oficial do país no competitivo mercado global de lançamentos orbitais.

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A missão é liderada pela sul-coreana Innospace, responsável pelo veículo HANBIT-Nano, que levará cinco satélites e três experimentos científicos desenvolvidos por instituições do Brasil e da Índia. A integração das cargas úteis começou nesta segunda-feira (10), com testes rigorosos para assegurar o encaixe e o funcionamento adequado dos equipamentos antes do voo.

O movimento reforça o avanço da chamada indústria “new space”, em que a iniciativa privada passa a liderar operações que antes eram exclusivas de governos. No Brasil, o setor ainda engatinha, mas o lançamento em Alcântara deve impulsionar investimentos e abrir novas possibilidades econômicas e tecnológicas em áreas como telecomunicações, monitoramento remoto e defesa.

A FAB destaca que esse marco não apenas posiciona o país no circuito global, como pode gerar empregos, atrair parcerias internacionais e promover inovação tecnológica em território nacional.

Localizado a 30 km de São Luís, o CLA ocupa uma área de 62 mil hectares e é considerado estrategicamente um dos melhores pontos do planeta para lançamentos espaciais, por estar próximo à Linha do Equador. Isso reduz o consumo de combustível e aumenta a capacidade de carga útil dos foguetes.

Apesar da posição privilegiada, a base carrega um histórico trágico. Em 2003, um acidente durante a montagem do foguete VLS-1 matou 21 técnicos e engenheiros civis na Torre Móvel de Integração. O caso é considerado o maior desastre da história espacial brasileira e ainda repercute entre os profissionais do setor.

Mesmo com os desafios, Alcântara acumula mais de 500 lançamentos em quatro décadas de operação. Agora, com o novo ciclo comercial, o centro entra para uma nova fase.

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