
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) acompanhou, durante quatro anos, 348 crianças e adolescentes de 2 a 17 anos em Simões Filho (BA), e constatou que a maioria das infecções por chikungunya é sintomática. O estudo também revelou que a doença pode deixar sequelas crônicas, como dores articulares persistentes.

A pesquisa ocorreu paralelamente ao ensaio clínico da vacina Butantan-Dengue e analisou a taxa de infecção assintomática, a resposta imunológica (soroconversão) e os casos de dores articulares prolongadas.
Dos 311 participantes acompanhados até o fim, 17% foram infectados pelo vírus;
- Apenas 9,4% dos casos foram assintomáticos;
- 3 crianças (12%) desenvolveram artralgia crônica, com dores articulares que duraram meses e atrapalharam atividades diárias;
- A taxa de soroconversão foi de 84%, indicando que a maioria produziu anticorpos, mas uma parcela não apresentou resposta detectável.
Segundo a coordenadora do estudo, a pesquisadora Viviane Boaventura, o monitoramento incluiu exames de sangue periódicos e questionários sobre sintomas. “A análise dos casos permitiu entender a intensidade dos sintomas e a duração da resposta imunológica”, explicou.
Embora surtos locais tenham ocorrido durante o estudo, apenas 20% dos participantes foram expostos ao vírus, o que, segundo a Fiocruz, mostra a vulnerabilidade da população pediátrica e reforça a necessidade de estratégias de prevenção mais eficazes.
A chikungunya é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e pode causar febre alta, dores intensas nas articulações e, em alguns casos, sequelas prolongadas.
