
Em menos de uma semana, dois gatos foram vítimas de disparos de chumbinho em Campo Grande, o que acendeu o alerta para o aumento da violência contra animais na cidade. As vítimas, Feinha e João, foram atendidas pela Superintendência de Bem-Estar Animal (Subea), que atua na proteção e cuidado de animais em situações de maus-tratos.

Feinha, uma gatinha doméstica, foi levada à Subea após sofrer uma queda do telhado de sua casa, causada por um disparo de chumbinho. A tutora de Feinha, Maria Walney, ouviu o momento em que a gata caiu e, ao chegar, percebeu que ela não conseguia se levantar. "É muito triste ver um animal sofrer desse jeito por maldade de alguém", lamentou Maria.
No hospital veterinário, foi constatado que o projétil atingiu um nervo da gata, o que pode ter causado a queda e a subsequente fratura lombossacral. Feinha passará por cirurgia para tentar recuperar seus movimentos.
João, um gato comunitário, também foi vítima de violência. Ele foi atingido por um disparo de chumbinho, mas a lesão foi superficial. A equipe veterinária da Subea conseguiu retirar a munição sem complicações. Maria Lúcia, moradora que cuida de João, ficou indignada com o ataque. “Ele é um gato de rua, mas sempre está aqui. Dou comida, água e trato dele como se fosse meu. Não entendo como alguém tem coragem de fazer uma coisa dessas”, disse Maria.
A Subea destaca que maus-tratos contra animais configuram crime ambiental, conforme a Lei Federal nº 9.605/98, com pena que pode chegar a cinco anos de prisão, além de multa. A população pode denunciar casos de abuso, abandono e violência animal pelo canal oficial Central 156. A Subea conta com uma equipe de monitoramento para investigar essas denúncias, mas reforça que casos como o de Feinha e João devem ser encaminhados diretamente para a polícia, visto que envolvem atos de crueldade.
Legislação sobre armas de pressão e segurança - A legislação brasileira permite que pessoas maiores de 18 anos adquiram armas de pressão (como as que utilizam chumbinho) sem a necessidade de registro junto ao Exército ou Polícia Federal, desde que a utilização seja restrita a propriedades particulares ou clubes de tiro. No entanto, não é permitido andar com essas armas em vias públicas.
