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10 de dezembro de 2025 - 16h35
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SAÚDE

Vacina contra HPV reduz em até 77% as internações entre jovens no Brasil

Estudo mostra que imunização no SUS diminuiu hospitalizações por lesões precursoras do câncer de colo do útero

10 dezembro 2025 - 14h40
Vacina contra HPV, oferecida gratuitamente pelo SUS, mostrou redução significativa em internações entre adolescentes no Brasil
Vacina contra HPV, oferecida gratuitamente pelo SUS, mostrou redução significativa em internações entre adolescentes no Brasil - (Foto: Imagem ilustrativa/A Crítica)

Um estudo recente apontou queda expressiva nas internações por doenças causadas pelo Papilomavírus Humano (HPV) após a introdução da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS). Os dados mostram que, entre adolescentes e jovens de 15 a 19 anos, houve uma redução de até 77% nas hospitalizações por verrugas anogenitais e 66% em casos de neoplasia intraepitelial cervical, uma lesão precursora do câncer de colo do útero.

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A pesquisa, conduzida pela empresa farmacêutica MSD, utilizou dados do Sistema de Informações Hospitalares e comparou os registros do período anterior à vacinação, iniciada em 2014, com os anos seguintes. Os resultados foram publicados na revista científica Human Vaccines and Immunotherapeutics.

Resultados positivos entre meninas e meninos - Entre as meninas, os dados comparativos entre 2014 e 2019 mostram uma queda de 66% nas internações por neoplasias cervicais de alto grau e 77% por verrugas anogenitais — doenças diretamente associadas ao HPV. Já os meninos, que começaram a ser vacinados pelo SUS apenas em 2017, também apresentaram bons resultados: entre 2017 e 2019, houve uma redução de 50,9% nas hospitalizações por verrugas anogenitais.

A diretora executiva de Pesquisa de Dados de Mundo Real para a América Latina da MSD, Cintia Parellada, que liderou o estudo, destacou a importância do resultado como um marco para a saúde pública no país. “A redução das doenças causadas pelo HPV por causa da vacinação é um marco histórico. Mas, para eliminar os cânceres provocados pelo vírus, além de manter a cobertura vacinal alta, também é necessário ampliar o rastreamento e garantir tratamento adequado para todos os estágios da doença”, explicou.

Outros impactos do HPV e dados nacionais - O HPV é um vírus altamente transmissível e está associado a uma série de cânceres, além do de colo do útero. Também pode causar câncer de vulva, vagina, pênis, ânus e orofaringe. Por isso, especialistas reforçam a importância da prevenção.

Outro levantamento recente, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), apontou uma redução de 58% nos casos de câncer de colo do útero, atribuída à combinação entre vacinação e rastreamento precoce da doença.

Cobertura vacinal cresce, mas meta ainda não foi atingida - Desde 2024, a vacina contra o HPV passou a ser aplicada em dose única, substituindo o modelo anterior de duas doses, o que facilitou o acesso e ampliou a adesão. Mesmo com avanços importantes, a cobertura vacinal no Brasil ainda está abaixo da meta estabelecida de 90%.

Segundo dados atualizados, a taxa de cobertura entre meninas de 9 a 14 anos chegou a 82,83%, enquanto entre meninos da mesma faixa etária, a adesão é de 67%. Apesar de ainda não atingir a meta ideal, o Brasil apresenta números bem acima da média global, estimada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em apenas 12%.

A vacina é oferecida gratuitamente pelo SUS para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos, além de grupos prioritários como pessoas vivendo com HIV, transplantados, pacientes oncológicos, usuários de PrEP (Profilaxia Pré-Exposição ao HIV) e pessoas com papilomatose respiratória recorrente.

A importância da prevenção - A imunização contra o HPV é uma das formas mais eficazes de prevenir cânceres associados ao vírus, especialmente o de colo do útero, que ainda está entre os mais incidentes no Brasil. Autoridades em saúde pública alertam que a continuidade da vacinação, aliada ao rastreamento precoce, é essencial para que o país atinja níveis ainda mais baixos da doença e suas complicações.

A recomendação dos especialistas é clara: pais e responsáveis devem garantir que seus filhos estejam vacinados na faixa etária correta, e a sociedade como um todo precisa se manter informada sobre os benefícios comprovados da imunização.

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