Mato Grosso do Sul começa nesta quarta-feira (3) a aplicar a vacina contra o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), responsável por grande parte dos casos de bronquiolite e pneumonia em bebês. O estado recebeu 10.755 doses do imunizante, que será disponibilizado gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para gestantes a partir da 28ª semana de gravidez.
A vacinação faz parte de uma ação nacional do Ministério da Saúde, que iniciou a distribuição do primeiro lote com 673 mil doses na terça-feira (2), contemplando todas as unidades da federação. O Distrito Federal foi o primeiro a receber as vacinas.
A inclusão da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS) representa um avanço significativo na proteção da população infantil, especialmente considerando que, na rede privada, o imunizante pode custar até R$ 1.500. A ação foi viabilizada por um acordo entre o Instituto Butantan e o laboratório responsável, que incluiu a transferência de tecnologia para produção nacional da vacina.
Doença grave, prevenção essencial - O VSR é o principal causador da bronquiolite em bebês, respondendo por cerca de 75% dos casos da doença, além de estar por trás de 40% das pneumonias em crianças com menos de dois anos. Em 2025, até 22 de novembro, o Brasil registrou 43,2 mil casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) provocados pelo vírus. Desses, 82,5% ocorreram justamente nessa faixa etária, totalizando mais de 35,5 mil hospitalizações.
Como não há tratamento específico para o VSR, o manejo clínico se concentra em suporte ao paciente, como oxigenação, hidratação e controle de sintomas. A vacinação materna surge como ferramenta preventiva eficaz, oferecendo imunidade passiva aos bebês ainda no útero.
A estratégia de imunização em gestantes é respaldada por evidências científicas robustas. Dados do estudo clínico Matisse demonstram que a vacina aplicada durante a gravidez tem eficácia de 81,8% na prevenção de doenças respiratórias graves nos três primeiros meses de vida do bebê.
O esquema vacinal é simples: uma dose única por gestação. Segundo o Ministério da Saúde, não há restrições de idade para as mães, e o imunizante pode ser aplicado simultaneamente com outras vacinas recomendadas para o período gestacional, como a da gripe e a da covid-19.
As doses estão sendo entregues por via aérea, rodoviária ou multimodal, de acordo com a logística de cada estado. O Ministério da Saúde garantiu o abastecimento necessário para que os estados e municípios executem suas estratégias locais de vacinação. A recomendação é que, com a chegada das vacinas às UBSs, as equipes de saúde atualizem o cartão vacinal das gestantes.
