
Adultos entre 25 e 49 anos devem verificar sua situação vacinal contra o sarampo e, se necessário, procurar uma unidade de saúde para atualização. O alerta foi feito nesta terça-feira (19) pelo médico Alberto Jorge Félix, pediatra da Unimed Campo Grande, em entrevista transmitida ao vivo por emissoras de rádio do Grupo Feitosa de Comunicação, com abrangência estadual e distribuição digital em plataformas como YouTube e Instagram.

A declaração ocorre em um momento de preocupação com o avanço da doença em países das Américas, como Bolívia, Argentina, México, Canadá e Estados Unidos. No Brasil, embora o sarampo tenha sido considerado erradicado novamente em 2024, o risco de reintrodução permanece, principalmente nas regiões de fronteira.
“O vírus segue circulando fora do país. E com o aumento da mobilidade, qualquer pessoa não vacinada pode se contaminar”, afirmou o especialista. Embora crianças pequenas sejam mais vulneráveis a complicações graves, como pneumonia e encefalite, adultos também podem desenvolver sintomas severos.
Entre os sinais mais comuns da doença estão febre alta, manchas vermelhas na pele, tosse, irritação nos olhos, coriza e mal-estar generalizado. “É uma doença infecciosa, com alto potencial de transmissão, e que pode trazer desfechos sérios mesmo em quem já passou da infância”, disse o médico.
Esquema vacinal - Segundo o Ministério da Saúde, o esquema vacinal recomendado prevê duas doses da tríplice viral até os 29 anos. Pessoas entre 30 e 49 anos devem tomar ao menos uma dose, caso não tenham registro anterior da imunização. Para quem não possui comprovante ou perdeu a caderneta de vacinação, a orientação é simples: tomar a dose disponível na rede pública. “É melhor se vacinar do que correr riscos”, afirmou Félix.
A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, é ofertada gratuitamente pelo SUS em todas as unidades básicas de saúde.
De acordo com o pediatra, a vacina atrasada ainda é válida e eficaz. “Mesmo fora do prazo ideal, a proteção é garantida”, explicou.
Prevenção coletiva - Além da proteção individual, a vacinação em adultos ajuda a reduzir a circulação do vírus e a proteger grupos mais vulneráveis, como crianças menores de um ano que ainda não completaram o esquema vacinal.
Félix também destacou a importância da imunização em áreas de fronteira, como as cidades sul-mato-grossenses de Corumbá e Ladário, que registram maior fluxo de pessoas vindas de países com casos ativos da doença.
“Vacinar é um ato de cuidado coletivo. E manter a imunização atualizada é essencial para que o Brasil não volte a registrar surtos internos da doença”, afirmou o médico.
