Os sistemas de informação, como o SINAN (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), e a plataforma e-VISIT@ Endemias têm se destacado como ferramentas essenciais no combate às arboviroses — dengue, zika e chikungunya — em Mato Grosso do Sul. Com dados precisos e atualizados, essas tecnologias auxiliam na formulação de políticas públicas, no mapeamento de áreas críticas e na alocação eficiente de recursos.
De acordo com Jéssica Klener, gerente de Doenças Endêmicas da Secretaria de Estado de Saúde (SES), o registro contínuo e correto de casos suspeitos é crucial. "É fundamental que todos os municípios notifiquem os casos suspeitos de arboviroses, pois somente assim é possível a gestão municipal aferir o real cenário e direcionar esforços na redução do número de infecções. As equipes técnicas da SES estão rotineiramente em contato direto com os municípios, apoiando e buscando a melhoria nos processos de vigilância", afirmou Klener.
Além disso, a subnotificação permanece como um desafio em várias localidades, comprometendo a eficiência do combate às doenças. Conforme Marcos Espíndola Freitas, coordenador de Tecnologia de Informática e Informação da SES, a alimentação regular dos sistemas de informação é um passo indispensável para garantir a qualidade dos dados utilizados na gestão pública. "Essas informações são fundamentais para orientar a gestão, identificando as necessidades da população e os serviços necessários para atendê-las", explica.
Web sobre notificações de arboviroses no SINAN, realizada no dia 16 de janeiro (Foto: Divulgação/SES)Plataforma e-VISIT@ Endemias como aliada tecnológica - Uma das principais inovações tecnológicas no estado é a plataforma e-VISIT@ Endemias, que vem revolucionando o enfrentamento às arboviroses. A ferramenta foi implantada nos 79 municípios de Mato Grosso do Sul e já é utilizada por aproximadamente 2.000 agentes. Por meio dela, os registros de focos do mosquito são feitos em tempo real, utilizando smartphones conectados a sistemas municipais e estaduais.
Antes da implantação do e-VISIT@, os registros eram feitos em papel, o que dificultava o acesso rápido às informações e limitava a eficiência das ações de combate. Agora, com a digitalização dos processos, mutirões de limpeza e outras medidas são organizados de forma mais ágil e direcionada, reduzindo custos e aumentando os resultados.
Premiada nacionalmente, a plataforma é considerada uma referência em inovação na área de saúde pública e já foi adotada em outros estados, como Pernambuco e Distrito Federal, e está em fase de implantação em Mato Grosso, Piauí e Paraíba.
Impacto dos sistemas de informação na saúde pública - Os sistemas de informação não apenas auxiliam na identificação de focos de mosquitos, mas também geram indicadores que ajudam no planejamento estratégico de longo prazo. Esses indicadores possibilitam aos gestores monitorar a assistência à saúde, planejar ações de atenção primária e implementar campanhas educativas.
Segundo Espíndola, o uso correto das informações geradas pelos sistemas é essencial para a eficiência da gestão de saúde pública. "Sem o uso da tecnologia da informação e sem uma análise adequada dos dados, não é possível implementar um controle eficaz de doenças e minimizar seus impactos", destaca.
Ao alimentar continuamente os sistemas de informação, os gestores podem detectar surtos em estágios iniciais, direcionar recursos a áreas prioritárias e planejar campanhas de conscientização que ajudam a reduzir a disseminação das doenças. Isso reforça a importância do engajamento coletivo, tanto dos profissionais de saúde quanto da população, para garantir a eficácia do combate às arboviroses.
Mato Grosso do Sul como exemplo nacional - Mato Grosso do Sul tem se destacado no cenário nacional pelo uso de tecnologias como a e-VISIT@ Endemias e pela ênfase na gestão baseada em dados. Além de proteger comunidades e salvar vidas, essas iniciativas servem de inspiração para outros estados que buscam modernizar suas políticas de saúde pública.
A integração de tecnologia e saúde tem se mostrado um modelo eficiente no combate às doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, reforçando a relevância de investimentos contínuos em inovação e capacitação.
