
O Ministério da Saúde recebeu nesta segunda-feira (13) o primeiro lote do medicamento trastuzumabe entansina, incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 2022 para o tratamento de câncer de mama do tipo HER2-positivo, especialmente em estágio 3. A entrega ocorreu no almoxarifado do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), com presença de autoridades da pasta.

A remessa inicial contém 11.978 unidades do remédio, que é indicado para pacientes que continuam com a doença mesmo após a quimioterapia inicial. Segundo o Ministério da Saúde, a previsão é de que o medicamento chegue aos pacientes ainda em outubro ou, no mais tardar, até o início de novembro.
Novo ciclo de esperança - Para o diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, José Barreto Campello Carvalheira, a chegada do medicamento representa um marco no tratamento oncológico no país. “É gigantesco o avanço para a oncologia nacional. É uma medicação que vai reduzir em 50% a mortalidade das pacientes que têm HER2-positivo. É uma grande vitória do povo brasileiro”, afirmou.
O medicamento também diminui as chances de recidiva local da doença. “É um tratamento que, nas pacientes que ficam com restos tumorais, garante uma nova chance de combate à doença. São 50% menos mortes e 50% menos recidiva. Realmente um grande avanço”, completou Carvalheira.
O medicamento será distribuído às secretarias estaduais de Saúde, responsáveis por encaminhar os frascos às unidades de atendimento, seguindo os protocolos clínicos definidos pelo SUS. Ao todo, o governo federal investirá R$ 159,3 milhões na aquisição de 34,4 mil frascos-ampola, divididos em quatro lotes. As próximas entregas estão previstas para dezembro de 2024, março e junho de 2025.
A previsão é que 1.144 pacientes sejam beneficiados com o tratamento em 2025, com cobertura total da demanda atual, segundo informações da pasta.
Outubro Rosa e prevenção - A chegada do trastuzumabe entansina ocorre durante a campanha Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a prevenção e o tratamento do câncer de mama. A ação ganha ainda mais importância diante das projeções do Instituto Nacional de Câncer (Inca), que estima 73,6 mil novos casos de câncer de mama no Brasil em 2025.
Recentemente, o Ministério da Saúde também atualizou as diretrizes da mamografia, que passa a ser recomendada a partir dos 40 anos, medida que visa à detecção precoce da doença.
Dados mostram que uma em cada três pacientes diagnosticadas com câncer de mama no país tem menos de 50 anos, reforçando a importância do diagnóstico precoce e do acesso a terapias eficazes.
