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23 de setembro de 2025 - 18h16
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SAÚDE

SUS amplia rastreamento do câncer de mama para mulheres de até 74 anos

Medida começa a valer em outubro e faz parte de novas diretrizes que visam reforçar o diagnóstico precoce e melhorar o acesso ao tratamento

23 setembro 2025 - 15h35Por Gabriel Damasceno
Antes indicada até os 69 anos, a mamografia passará a ser oferecida no SUS a quem tem até 74 anos
Antes indicada até os 69 anos, a mamografia passará a ser oferecida no SUS a quem tem até 74 anos - Foto: DIV
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A partir de outubro, o Sistema Único de Saúde (SUS) ampliará a faixa etária do rastreamento do câncer de mama para incluir mulheres com até 74 anos, anunciou o Ministério da Saúde nesta terça-feira (23). Antes, o exame preventivo era indicado apenas para mulheres de 50 a 69 anos.

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A mudança alinha o Brasil às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que orientam a ampliação da cobertura etária como forma de diagnóstico precoce e maior eficácia no tratamento. A mamografia continuará sendo ofertada de forma gratuita e preventiva, a cada dois anos, mesmo que não haja sinais ou sintomas da doença.

“Cada vez mais o câncer de mama vem se consolidando como a principal causa de morte no Brasil e nos Estados brasileiros”, afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Nossa missão é fazer o Outubro Rosa mais potente da história do SUS neste ano”, completou.

Acesso ampliado também para mulheres a partir dos 40 anos

Outra novidade importante é a garantia de acesso à mamografia para mulheres entre 40 e 49 anos, mesmo sem sintomas aparentes, embora sem periodicidade definida. A decisão de realizar o exame continuará sendo compartilhada com o profissional de saúde, mas, segundo o novo protocolo, a paciente terá a palavra final após ser informada sobre riscos e benefícios.

Com isso, o Ministério da Saúde revoga diretrizes anteriores que restringiam o acesso por meio do chamado “rastreamento sob demanda”. Agora, o foco está em ampliar a autonomia das pacientes e facilitar o diagnóstico precoce.

Câncer de mama em números

Segundo os dados mais recentes do próprio ministério, o câncer de mama é o tipo de tumor mais comum entre as mulheres brasileiras e também a principal causa de morte por câncer nesse público.

Em 2022, o Brasil registrou 19 mil mortes por câncer de mama. A maioria dos óbitos se concentrou na região Sudeste (9.374), seguida pelo Nordeste (4.195), Sul (3.340), Centro-Oeste (1.289) e Norte (905).

O número de novos casos também impressiona: 37.096 apenas em 2022. A maior incidência ocorreu em mulheres entre 50 e 59 anos (26,2%), seguidas por aquelas com idades entre 40 e 49 anos (22,6%) e entre 60 e 69 anos (22,3%).

Mesmo faixas etárias mais jovens e mais avançadas apresentaram índices expressivos: 8,6% entre 30 e 39 anos e 10,1% acima dos 75 anos.

Investimentos e novas terapias no SUS

Além da ampliação na cobertura da mamografia, o Ministério da Saúde também anunciou a incorporação de novos medicamentos e terapias ao SUS, com base no primeiro Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) específico para o câncer de mama. A medida busca melhorar a qualidade do tratamento, elevar as chances de cura e garantir a sustentabilidade do sistema público de saúde.

Outra frente de atuação do governo será o fortalecimento do programa “Agora tem Especialistas”. Em outubro, o projeto receberá um investimento de R$ 17,9 milhões para expandir os atendimentos nas Carretas de Saúde da Mulher.

Carretas de Saúde da Mulher

Atualmente, 27 veículos operam em 22 Estados com capacidade para realizar até 120 mil atendimentos por mês. Os serviços incluem consultas médicas, teleconsultas, terapias e exames como mamografias, biópsias e ultrassonografias transvaginais, com foco também na detecção do câncer do colo do útero.

Segundo o Ministério da Saúde, a iniciativa tem como meta reduzir as filas de espera do SUS e promover o diagnóstico precoce em áreas de maior vulnerabilidade.

Saúde das mulheres como prioridade

Alexandre Padilha destacou que as ações integram uma estratégia mais ampla de valorização da saúde feminina: “As mulheres são a maioria da população, a maioria das profissionais de saúde, a maioria dos usuários do SUS e também das chefes de família. Não tem nada que não justifique colocar a saúde integral das mulheres como prioridade na agenda pública”, afirmou.

Com as novas diretrizes, o governo federal pretende transformar o Outubro Rosa de 2025 em uma campanha histórica, com a ampliação do acesso ao diagnóstico precoce, tratamento mais eficaz e estratégias preventivas que cheguem às mulheres em todas as regiões do país.

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