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SAÚDE

Suplementos de longevidade: o que funciona, o que é mito e os riscos

Especialistas alertam que nenhuma pílula comprovou prolongar a vida humana; vitaminas podem ajudar apenas em casos de deficiência, e produtos experimentais carecem de evidências

15 setembro 2025 - 13h40The New York Times
Promovidos com frequência por influenciadores, suplementos para longevidade carecem de evidências científicas
Promovidos com frequência por influenciadores, suplementos para longevidade carecem de evidências científicas - (Foto: Alina_Stor/Adobe Stock)
ENERGISA

O mercado de suplementos para longevidade tem crescido exponencialmente, impulsionado por influenciadores e especialistas que promovem vitaminas, compostos experimentais e produtos diversos. Bryan Johnson, fundador do movimento Don’t Die, e Gary Brecka, apresentador do podcast The Ultimate Human, tomam e promovem dezenas de produtos, muitos disponíveis à venda em seus sites.

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Apesar da popularidade, médicos e cientistas alertam que nenhum suplemento demonstrou, em ensaios clínicos amplos, prolongar a vida humana. “Simplesmente não há dados sobre toda essa infinidade de coisas anunciadas e promovidas por influenciadores e supostos especialistas em longevidade”, afirma Eric Topol, do Scripps Research Translational Institute.

Entre os produtos mais indicados por médicos estão vitamina D, vitamina B12 e ômega-3, principalmente para idosos com deficiência desses nutrientes. Estudos como VITAL (2018) e DO-HEALTH (2020) mostraram que, de modo geral, a suplementação não reduziu risco de câncer, doenças cardiovasculares, fraturas ou perda cognitiva. Pequenos efeitos positivos surgiram apenas em pessoas com baixa ingestão de peixe ou deficiência específica de ômega-3.

Pesquisas recentes sugerem que vitamina D e ômega-3 podem influenciar aspectos do envelhecimento celular, como a manutenção dos telômeros e desaceleração do envelhecimento biológico, mas não há evidências de que isso aumente a expectativa de vida.

Produtos como NAD+, espermidina e urolitina A prometem combater o envelhecimento celular. Estudos em vermes, roedores e células humanas mostraram efeitos positivos, mas os ensaios clínicos em humanos são escassos e com resultados mínimos. A confiabilidade do produto também é questionável: análises de NMN e urolitina A detectaram diferenças de até 100% entre o rótulo e o conteúdo real.

Especialistas alertam que o consumo desses suplementos pode gerar custos elevados e riscos à saúde, além de não ter garantia de eficácia. Eric Verdin, do Buck Institute, recomenda acompanhamento médico para quem optar por experimentá-los.

O que realmente funciona
Segundo os especialistas, há práticas comprovadas para prolongar a saúde e a longevidade: exercícios físicos regulares, dieta balanceada, sono adequado e controle de fatores de risco como pressão arterial e colesterol. “Se você quer algo que comprovadamente muda o envelhecimento biológico e epigenético, é o exercício físico”, reforça Eric Topol.

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