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28 de dezembro de 2025 - 10h12
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SAÚDE

Hábitos simples ajudam a envelhecer melhor, aponta estudo sobre 'superidosos'

Boa alimentação, exercício, convivência social e otimismo aparecem como fatores centrais para uma vida longa e saudável

28 dezembro 2025 - 08h10The Washington Post/E+
Os chamados 'superidosos' são aqueles que vivem bastante e em boas condições de saúde
Os chamados 'superidosos' são aqueles que vivem bastante e em boas condições de saúde - (Foto: Freepik)

Envelhecer bem, mantendo a saúde física e cognitiva até idades avançadas, não depende apenas da chamada loteria genética. Pesquisas recentes e relatos de pessoas conhecidas como “superidosos” indicam que escolhas cotidianas têm papel decisivo para quem deseja chegar aos 80, 90 ou até 100 anos com qualidade de vida, mesmo sem genes associados à longevidade.

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O termo superidoso costuma ser usado para definir pessoas acima dos 80 anos cuja memória e capacidade cognitiva se equiparam, ou até superam, as de adultos décadas mais jovens. Cientistas que estudam esse grupo e os próprios protagonistas apontam padrões claros de comportamento que ajudam a explicar esses resultados.

Alimentação

A nutricionista Marion Nestle, hoje com 89 anos, atribui sua longevidade a um princípio direto. Comer alimentos de verdade, evitar excessos e priorizar vegetais. Em entrevista, ela explicou que entende comida como algo não processado ou minimamente processado, deixando de fora os ultraprocessados, ainda que se considere onívora e sem rigidez absoluta na dieta.

Outro exemplo citado por pesquisadores é o de Maria Branyas Morera, que viveu até os 117 anos e manteve boa saúde por grande parte da vida. Segundo o pesquisador Manel Esteller, nos últimos anos ela comia pouco, seguia uma dieta mediterrânea tradicional, consumia peixes, frutas, azeite de oliva e incluía três iogurtes naturais por dia na alimentação.

Exercícios constantes

A prática regular de atividade física aparece como um dos pontos mais consistentes entre os superidosos. Aos 92 anos, a italiana Emma Maria Mazzenga mantém recordes mundiais em provas de velocidade para sua faixa etária, treinando duas ou três vezes por semana e caminhando nos dias de descanso, sempre respeitando seus limites e com acompanhamento médico.

Jeannie Rice, de 77 anos, embora ainda não seja tecnicamente uma superidosa, impressiona pesquisadores ao bater recordes mundiais em corridas de longa distância. Ela corre cerca de 80 quilômetros por semana, aumenta o volume quando se prepara para maratonas e complementa a rotina com musculação leve, mantendo indicadores físicos comparáveis aos de uma mulher de 25 anos.

Especialistas ressaltam que o exercício é uma das poucas intervenções capazes de desacelerar o envelhecimento do corpo como um todo, com destaque para atividades aeróbicas e treino de força, ambos associados à manutenção da saúde ao longo do tempo.

Vida social ativa

Manter vínculos sociais também surge como fator decisivo. Pesquisas indicam que a solidão aumenta o risco de demência, enquanto relações sociais sólidas ajudam a preservar a saúde cognitiva. Estudos recentes mostram que a combinação de exercícios, alimentação saudável, interação social e estímulos mentais pode melhorar funções cognitivas em idosos.

Maria Branyas mantinha contato frequente com outros moradores da instituição onde vivia e recebia visitas sempre que possível. Jeannie Rice, por sua vez, preserva uma vida social ativa e afirma não abrir mão de momentos de lazer, como sair para dançar, mesmo sendo atleta competitiva, desde que isso não interfira nos treinos mais importantes.

Pesquisadores lembram que a felicidade está mais ligada à frequência de experiências positivas do que à intensidade delas, o que torna hábitos sociais simples, mas constantes, especialmente relevantes.

Sáude mental

Novos estudos indicam que envelhecer não significa um caminho sem volta para o declínio. Pesquisas apontam que adultos acima dos 60 anos podem recuperar força e bem-estar após problemas de saúde, desde que mantenham boa saúde mental, relações sociais, alimentação equilibrada, sono adequado e evitem o tabagismo.

A americana Florene Shuber, hoje com 91 anos, decidiu reagir após perceber quedas frequentes aos 82. Ao iniciar uma rotina regular de exercícios, relatou se sentir mais forte e mais jovem do que uma década antes, destacando que a melhora exige esforço contínuo e disciplina.

A postura diante das dificuldades aparece como elemento comum entre pessoas longevas. Si Liberman, que viveu até os 101 anos, enfrentou acidentes graves, doenças cardíacas e experiências traumáticas durante a Segunda Guerra Mundial, mas relata nunca ter permanecido abatido por muito tempo.

Segundo ele, acreditar que os momentos difíceis passam e manter uma visão otimista da vida ajudaram a atravessar desafios físicos e emocionais, contribuindo para uma trajetória longa e ativa.

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