
Sete pessoas foram internadas no Hospital Geral Santa Tereza, no município de Ribeira do Pombal, no interior da Bahia, com suspeita de intoxicação após ingestão acidental de metanol. A informação foi confirmada pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), que acompanha o caso e acionou protocolos específicos de atendimento.
Em nota oficial, a Sesab informou que todos os pacientes seguem hospitalizados, em observação, e recebem assistência médica contínua. O órgão não divulgou detalhes sobre o estado de saúde dos internados, mas destacou que as medidas clínicas necessárias já foram adotadas. “Os protocolos assistenciais foram acionados”, informou a secretaria.
A investigação das causas da intoxicação já está em andamento e envolve uma força-tarefa composta pelo Centro de Informações Estratégicas e Resposta de Vigilância em Saúde da Bahia (Cievs-BA), pelo Centro de Informações Toxicológicas da Bahia (Ceatox-BA), pelas vigilâncias sanitárias estadual e municipal, além da Polícia Civil e do Departamento de Polícia Técnica.
Segundo a Sesab, os pacientes passarão por exames laboratoriais para confirmação da substância ingerida. Caso seja necessário, será administrado o antídoto específico utilizado no tratamento de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica que pode provocar danos graves à saúde e até levar à morte.
Cenário nacional preocupa autoridades - Os casos registrados na Bahia se somam a um cenário nacional que acendeu o alerta das autoridades sanitárias ao longo de 2025. Entre os dias 26 de setembro e 5 de dezembro deste ano, o Brasil contabilizou 890 notificações relacionadas à intoxicação por metanol.
Desse total, ao menos 73 casos foram confirmados e outros 29 ainda estavam sob investigação até o início de dezembro. Os estados mais afetados foram São Paulo, com 578 notificações e 50 confirmações, seguido por Pernambuco, com 109 casos notificados e oito confirmados. Paraná e Mato Grosso tiveram seis casos confirmados cada, enquanto a Bahia registrou dois casos confirmados e o Rio Grande do Sul, um.
No mesmo período, foram confirmados 22 óbitos em decorrência da intoxicação por metanol no país. São Paulo concentrou o maior número de mortes, com dez registros, seguido por Pernambuco, com cinco, Paraná, com três, Mato Grosso, também com três, e Bahia, com um óbito confirmado. Outros nove óbitos permaneciam em investigação até o início de dezembro.
Ministério da Saúde encerrou monitoramento especial - Diante da redução no número de novos casos, o Ministério da Saúde anunciou, no último dia 8, o encerramento da sala de situação criada para monitorar a intoxicação por metanol no Brasil. A medida foi oficializada por meio de portaria publicada no Diário Oficial da União.
De acordo com a pasta, o último caso confirmado ocorreu em 26 de novembro de 2025, envolvendo um paciente que apresentou os primeiros sintomas no dia 23 do mesmo mês. “Com a redução expressiva de novos casos e óbitos, o ministério considera que um cenário de estabilidade epidemiológica está consolidado”, informou o órgão em nota.
O ministério ressaltou ainda que todos os estados brasileiros contam atualmente com estoque garantido de antídotos e maior capacidade para realizar o diagnóstico da intoxicação. Com isso, o acompanhamento dos casos voltou ao fluxo rotineiro da vigilância de intoxicações exógenas, por meio do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
A sala de situação havia sido instalada em 1º de outubro, logo após o surgimento dos primeiros casos, e reuniu representantes de instituições como Anvisa, Fiocruz, Ebserh, Conselho Nacional de Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde, além dos ministérios da Agricultura e Pecuária e da Justiça e Segurança Pública, responsáveis por ações de fiscalização e investigação.


