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SAÚDE

Vício em jogos preocupa em Campo Grande com aumento de atendimentos nos CAPS

Cidade registra 42 casos de transtornos relacionados a jogos desde março; alerta se estende às famílias e à rede de saúde

26 novembro 2024 - 11h00Maurício Agostinho
Jogos on-line podem viciar. Imagem meramente ilustrativa
Jogos on-line podem viciar. Imagem meramente ilustrativa - (Foto: ABrasil)

O crescente número de pessoas buscando ajuda nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Campo Grande para tratar transtornos relacionados a jogos presenciais e on-line acende um alerta para a saúde pública. De março a outubro deste ano, 42 pacientes deram entrada com queixas de compulsão por jogos, frequentemente associadas a transtornos de ansiedade, depressão e comportamentos autodestrutivos causados por endividamento.

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Todas as Unidades de Saúde da Família (USFs) e os CAPS da capital estão orientados a acolher e tratar pessoas com transtorno do jogo, seguindo recomendação do Ministério da Saúde emitida em uma nota técnica no mês passado. A coordenadora de Saúde Mental do município, Gislayne Budib, explica que casos leves podem ser tratados na atenção primária, enquanto quadros graves são encaminhados aos CAPS, que oferecem acompanhamento mais intensivo.

Caps no bairro Guanandi - (Foto: Arquivo)

Segundo a nota técnica, o tratamento inclui consultas individuais, apoio em grupo e assistência às famílias, com o objetivo de promover estratégias para enfrentar o problema. “A estrutura multiprofissional é essencial para atender as necessidades de quem enfrenta o transtorno e minimizar seus impactos”, afirma Gislayne.

A compulsão por jogos é classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um transtorno mental e comportamental, caracterizado pelo envolvimento persistente em apostas, mesmo diante de prejuízos financeiros, emocionais e sociais. Entre os sinais de alerta estão mudanças no comportamento, como isolamento, sentimentos de culpa e vergonha, dificuldades no trabalho ou estudos e, em casos mais graves, ideação suicida.

O vício em jogos pode ainda desencadear aumento no consumo de álcool e outras drogas, além de tensões familiares e endividamento severo. Para crianças e adolescentes, as consequências incluem queda no desempenho escolar e angústia emocional.

Panorama global e local - Dados da OMS indicam que entre 1,3% e 9,9% da população global enfrenta transtornos relacionados ao jogo. No Brasil, a Pesquisa DataSenado de 2024 revelou que 13% dos brasileiros com mais de 16 anos participaram de apostas esportivas em um período de 30 dias. O perfil predominante é masculino, entre 16 e 39 anos, com ensino médio completo.

Em Campo Grande, o problema preocupa por vir acompanhado de comorbidades como ansiedade e depressão, além de impactos financeiros que afetam especialmente famílias de menor renda.

A Prefeitura reforça que, ao identificar os primeiros sinais de compulsão em si mesmo ou em familiares, a população deve procurar assistência nas USFs ou CAPS. A lista de unidades está disponível no site da Secretaria Municipal de Saúde: www.campogrande.ms.gov.br/sesau.

Sinais de alerta:

Ter menos tempo ou dinheiro para gastar com outras atividades prazerosas, família e amigos

Aumento do consumo de álcool e outras drogas

Sentimento frequente de culpa, arrependimento, insegurança, vergonha

Mentir sobre o tempo e/ou o dinheiro que gasta com o jogo

Crianças e adolescentes mostrando sinais de angústia e enfrentando dificuldades na escola

Desempenho reduzido nos estudos ou no trabalho

Mudança nos padrões de sono, alimentação ou relacionamento sexual

Sentimentos de raiva, desesperança, solidão, desvalia

Isolamento social

Ideação suicida

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