
A Prefeitura de Campo Grande decidiu prorrogar por mais 60 dias o contrato emergencial com a Santa Casa. A medida busca manter o atendimento hospitalar enquanto se conclui a nova contratualização com o hospital, maior unidade filantrópica da capital. Segundo a secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, a prorrogação foi acordada com um reajuste de R$ 1 milhão na parcela paga pelo município.

“Esse prazo é necessário para adequações técnicas e análise do contrato definitivo. Até lá, mantemos o funcionamento com segurança e compromisso com a população”, disse a secretária.
Com o novo aditivo, o município passará a destinar R$ 6 milhões mensais à Santa Casa, contra os R$ 5 milhões do acordo anterior. O Estado segue com repasses de R$ 9 milhões e a União com R$ 18 milhões, somando um total de R$ 33 milhões mensais.
A nova pactuação, que deve ser assinada nos próximos 30 dias, chega após meses de negociações entre o hospital e os gestores públicos. A crise financeira da Santa Casa, agravada desde a pandemia, é atribuída em parte à sobrecarga da folha de pagamento. Dados apontam que em dezembro de 2024, os salários representaram 74,9% de toda a receita da unidade, contra 64,7% em 2021.
Rosana Leite reconheceu que a demanda hospitalar aumentou, sobretudo em casos de traumas e síndromes respiratórias. A gestão municipal também admite um déficit de até mil leitos na Capital.
“Já estamos em tratativas com outros hospitais filantrópicos, como o Hospital do Pênfigo e o Hospital do Câncer, para abrir novos leitos em especialidades específicas”, destacou a secretária.
A renovação do contrato com a Santa Casa ocorre em um cenário de crescente pressão sobre o sistema de saúde da cidade. O aditivo atual vence nesta segunda-feira (31), e a prorrogação assegura a continuidade do atendimento enquanto se busca uma solução definitiva.
