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SAÚDE

"O vírus continua circulando, e o risco de retorno é real", diz médico sobre sarampo

Com surto da doença na Bolívia, especialista alerta para risco de reintrodução do vírus no Brasil e reforça a importância da vacinação em áreas de fronteira

19 agosto 2025 - 12h00Redação
O início da vacinação foi anunciado em uma entrevista ao vivo com o médico Alberto Jorge Félix, pediatra da Unimed Campo Grande
O início da vacinação foi anunciado em uma entrevista ao vivo com o médico Alberto Jorge Félix, pediatra da Unimed Campo Grande - (Foto: Williams Souza)
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O risco de reintrodução do sarampo no Brasil voltou a ser motivo de preocupação entre autoridades sanitárias, especialmente nas regiões de fronteira com países que enfrentam surtos da doença, como a Bolívia. O alerta foi feito nesta terça-feira (19) pelo pediatra Alberto Jorge Félix, durante entrevista transmitida ao vivo por uma rede de rádio (Grupo Feitosa de Comunicação) com cobertura em todo o estado de Mato Grosso do Sul, também disponibilizada em plataformas digitais.

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“O vírus continua circulando, e o risco de retorno é real”, afirmou o médico, ao destacar que a única forma eficaz de impedir novos casos autóctones é manter a vacinação em dia. A entrevista foi conduzida a partir da Central de Jornalismo de um grupo de comunicação com capilaridade regional e ampla presença digital.

Somente neste ano, mais de 200 casos da doença foram confirmados na Bolívia. O Ministério da Saúde já contabilizou casos importados em território brasileiro, sobretudo no Tocantins. O sarampo é uma infecção viral de alta transmissibilidade, considerada uma das mais contagiosas entre humanos: estima-se que 90% das pessoas não vacinadas próximas a um infectado também desenvolvam a doença.

A entrevista destacou ainda que o Brasil reconquistou, em 2024, o certificado de país livre do sarampo, após um período de perda do status causado pela introdução de casos vindos da Venezuela. Ainda assim, segundo o médico, a situação atual exige vigilância constante. “Com o crescimento dos surtos nas Américas e a queda da cobertura vacinal em algumas regiões, o risco é iminente.”

O especialista defendeu o reforço das ações de prevenção, em especial nas cidades do interior e em áreas de fronteira, como Corumbá e Ladário. Ele destacou que a vacina tríplice viral — que protege contra sarampo, caxumba e rubéola — está disponível gratuitamente no SUS para pessoas entre 6 meses e 59 anos.

A doença apresenta sintomas como febre alta, manchas avermelhadas na pele, tosse, irritação nos olhos e mal-estar geral. Em casos graves, pode evoluir para complicações como pneumonia, infecção no ouvido e encefalite.

“É fundamental que adultos também verifiquem se estão com a vacinação atualizada. Muitos acreditam que a vacina é só para crianças, o que não é verdade”, afirmou. O médico alertou que a imunização é uma medida não apenas de proteção individual, mas de saúde coletiva.

Por fim, o pediatra recomendou que, em caso de dúvida sobre o histórico vacinal, a população procure os postos de saúde. Caso não haja registro, a recomendação do Ministério da Saúde é aplicar as doses conforme a faixa etária, sem a necessidade de repetir esquemas anteriores.

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