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27 de setembro de 2025 - 15h38
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SAÚDE

Uso de remédios comuns pode comprometer segurança ao dirigir; saiba quais

Congresso em Salvador chama atenção para risco de medicamentos como ansiolíticos, antidepressivos e antialérgicos na direção

27 setembro 2025 - 12h30Agência Brasil
Lista de medicamentos de risco inclui antidepressivos, antiinflamatórios e até antialérgicos
Lista de medicamentos de risco inclui antidepressivos, antiinflamatórios e até antialérgicos - Foto: Freepik

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem registrado uma epidemia de transtornos mentais, como ansiedade e depressão, que já atinge milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, além da automedicação ser uma prática comum, há um risco pouco discutido: o impacto de determinados remédios na segurança ao volante.

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O alerta foi reforçado durante o 16º Congresso Brasileiro de Medicina do Tráfego, realizado em Salvador, pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet). A entidade publicou recentemente uma diretriz que classifica medicamentos que podem comprometer a capacidade de conduzir veículos com segurança.

“O ato de dirigir é complexo e envolve coordenação de sentidos, cognição e função motora. O uso de determinados medicamentos aumenta e muito o risco de sinistros no trânsito”, destacou o diretor da Abramet, Adriano Isabella.

Segundo Isabella, fatores como idade, peso, horário da medicação, dose, metabolismo individual e até a combinação com álcool influenciam nos efeitos que comprometem a direção.

Entre os grupos de remédios que merecem atenção estão:

Analgésicos

  • O uso de paracetamol ou ácido acetilsalicílico não mostrou impacto relevante na direção.
  • Já os opioides elevam de forma significativa o risco de acidentes: até oito vezes mais chances de ferimentos graves e cinco vezes mais risco de morte.

Relaxantes musculares

  • O carisoprodol pode causar sedação, raciocínio lento e perda de atenção já na primeira semana de uso.
  • A ciclobenzaprina provoca sonolência, visão turva, perda de equilíbrio e até confusão mental.

Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos

  • Benzodiazepínicos aumentam o risco de acidentes; cerca de 2% da população adulta brasileira faz uso deles.
  • A buspirona não apresentou alteração no desempenho do condutor.
  • Hipnóticos Z têm efeitos comprovadamente prejudiciais à condução segura.

Antidepressivos

  • Os tricíclicos oferecem risco maior, sobretudo para idosos, com efeitos semelhantes ao álcool.
  • Inibidores seletivos de serotonina costumam ser bem tolerados.
  • A trazodona compromete memória, cognição e provoca sonolência.

Antialérgicos

  • Os de primeira geração, como difenidramina e dexclorfeniramina, afetam significativamente o desempenho.
  • Os de segunda geração (loratadina, cetirizina) também podem comprometer, mas variam de acordo com o paciente.
  • Os de terceira geração, como fexofenadina e desloratadina, não mostraram prejuízos relevantes.

Antipsicóticos e canabinóides

  • A maioria dos antipsicóticos tem efeito sedativo, impactando a direção.
  • Produtos derivados da cannabis que contêm THC prejudicam cognição, visão e coordenação, com efeitos que podem durar horas.

A Abramet reforça que a consulta médica é essencial antes de dirigir sob uso de qualquer medicação. O desconhecimento sobre os efeitos colaterais pode colocar em risco não apenas o condutor, mas também passageiros e pedestres.

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