
Em 2024, Mato Grosso do Sul registrou 15 mortes maternas o menor número dos últimos cinco anos. O dado foi divulgado no boletim epidemiológico do Comitê da Mortalidade Materna, Fetal e Infantil. Até então, o melhor resultado havia sido em 2020, com 16 casos.

A redução é significativa quando comparada a 2021, ano mais crítico da pandemia de Covid-19, quando o Estado teve 54 mortes. Ainda assim, o levantamento mostra que persistem falhas na rede de atenção obstétrica.
Entre as quatro macrorregiões de saúde, o Pantanal apresentou o maior índice, com 273,97 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. A Costa Leste ficou em segundo lugar, com taxa de 52,67.
A maioria das vítimas eram mulheres de 20 a 39 anos, pardas, solteiras e com quatro a sete anos de estudo. Dois terços passaram por parto cesariano, e 80% das mortes aconteceram no puerpério, período que vai até 42 dias após o parto. As principais causas foram pré-eclâmpsia, hemorragia e infecções.
Apesar de 66,7% das gestantes terem feito ao menos sete consultas de pré-natal, um terço não completou o acompanhamento. O estudo também mostra que 33,3% das mortes ocorreram fora do município de residência, o que indica falhas na estrutura de saúde e no encaminhamento de pacientes.
No mesmo período, a taxa de mortalidade infantil registrou 498 casos em 2024, número menor que o de 2023 (550) e próximo ao de 2022 (500). A maior parte das mortes ocorreu no período pós-neonatal. A mortalidade fetal também caiu, de 481 casos em 2022 para 410 em 2024.
