
Autoridades de saúde e especialistas reforçam medidas para reduzir os riscos de intoxicação por metanol, composto químico tóxico que tem sido encontrado irregularmente em bebidas destiladas, como gin, vodka e whisky. Até o momento, os casos confirmados indicam que o problema ocorre principalmente no mercado clandestino, mas exige atenção.

O primeiro passo para evitar intoxicação é verificar a procedência da bebida. O Ministério da Saúde recomenda não consumir produtos vendidos de forma informal, sem rótulo, lacre de segurança ou selo da Receita Federal. Atualmente, o Ministério da Agricultura e Pecuária registra 10.170 estabelecimentos legais que comercializam bebidas alcoólicas no Brasil.
Ao analisar uma garrafa, observe:
- Selo e rótulo: Impressão de qualidade, ausência de erros ortográficos e, em produtos importados, informações em português no verso.
- Tampa e lacre: Originalmente sem espaço entre tampa e gargalo; barulho de “clique” ao abrir.
- Líquido: Cor uniforme, transparente e sem sedimentos.
- Preço e canal de venda: Desconfie de valores muito baixos ou de vendas fora de estabelecimentos oficiais.
Em resposta ao aumento de casos, o Ministério da Saúde criou uma Sala de Situação para monitorar a situação. Entre as recomendações: evitar bebidas de origem duvidosa ou sem registro legal; desconfiar de preços muito abaixo do mercado; observar informações detalhadas no rótulo, como fabricante, ingredientes e registro no MAPA; comerciantes devem verificar rigorosamente a procedência de seus fornecedores.
O governo de São Paulo, estado com maior número de casos (25 dos 29 confirmados e cinco mortes), reforça: não consuma bebidas destiladas de origem desconhecida.
A ABBD detalha como identificar falsificações:
- Tampa: ausência de amassos ou lacre irregular;
- Líquido: volume e cor consistentes, sem impurezas;
- Rótulo: impressão em alto relevo, contra rótulo em português e registro MAPA;
- Selo IPI: holografia, relevo e papel moeda;
- Garrafa: vidro limpo, formato padronizado e sem sinais de reuso;
- Preços e canais: compatíveis com o mercado, vendidos em estabelecimentos autorizados.
Consumidores podem ajudar descartando garrafas e insumos de forma segura, impedindo que falsificadores reutilizem materiais.
Riscos do metanol - O metanol não é seguro para consumo humano. Ele é metabolizado em substâncias altamente tóxicas, capazes de causar cegueira e morte. Pequenas quantidades já podem gerar danos: 10 ml podem afetar o nervo óptico e 30 ml ou mais podem ser fatais.
Os sintomas incluem dor de cabeça, náusea, vômitos, dor abdominal, confusão mental, alterações na visão, taquicardia, convulsões e dificuldade para respirar. Procurar atendimento médico imediato, idealmente em até seis horas após ingestão, é crucial. Um antídoto existe, mas deve ser aplicado em hospital.
Desde setembro, a polícia de São Paulo prendeu 51 pessoas por adulteração ou venda irregular de bebidas. Foram apreendidas mais de 21 mil garrafas e 105 mil insumos. Fiscalizações do Procon também interditaram bares e restaurantes que vendiam produtos irregulares.
Autoridades reforçam que a prática não está ligada a facções criminosas e ocorre de forma isolada.
