
A Urologia é historicamente um campo dominado por homens, mas essa realidade começou a mudar no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (HUMAP-UFMS/EBSERH). Pela primeira vez, uma mulher concluiu a Residência Médica na especialidade na instituição. Dra. Raquel Esther Hermosilla Nuñez, que possui dupla nacionalidade brasileira e paraguaia, entrou para a história ao se tornar a primeira mulher a finalizar o programa.

A trajetória da médica é marcada por superação e determinação. Formada em Medicina no Paraguai, Dra. Raquel fez sua primeira residência médica em Cirurgia Geral no país vizinho. Em busca de novos desafios, revalidou seu diploma no Brasil e refez a residência na mesma especialidade antes de ingressar na Urologia – um campo cirúrgico que exige precisão e técnica.
Um caminho de desafios e conquistas - “Ser a única mulher estrangeira no programa de residência em Urologia foi um grande desafio, mas também uma honra imensa. Desde o início da minha trajetória na Medicina, sabia que seguir uma especialidade cirúrgica significaria enfrentar obstáculos, mas nunca permiti que isso me desmotivasse”, afirma Dra. Raquel.
A residência em Urologia exige uma rotina intensa, que inclui cirurgias complexas, plantões exaustivos e estudos aprofundados sobre doenças do sistema urinário e reprodutivo masculino. Além disso, Dra. Raquel teve que conciliar a adaptação a um novo país com a maternidade, reforçando ainda mais seu compromisso com a profissão.
Durante o programa, a médica apresentou seu Trabalho de Conclusão de Residência (TCR) intitulado “Tumor Miofibroblástico de Bexiga: Relato de Caso”, avaliado por uma banca composta por renomados urologistas:
- Dr. Henrique Rodrigues Scherer Coelho, orientador do TCR
- Dr. João Alexandre Queiroz Juvenis, supervisor da residência médica
- Dr. Marcelo Luiz Brandão Villela, diretor da Faculdade de Medicina da UFMS
- Dr. Peterson Vieira de Assis, chefe da Unidade do Sistema Urinário
- Dr. Marcelino Chehoud Ibrahim, chefe do Serviço de Urologia
Uma referência para as futuras gerações - A conquista de Dra. Raquel não é apenas pessoal, mas representa uma mudança estrutural na Urologia e na formação médica em Mato Grosso do Sul. Segundo a médica, sua presença na especialidade serve de inspiração para outras mulheres que desejam seguir carreiras cirúrgicas.
“Minha presença na residência não é apenas um marco pessoal, mas um símbolo de mudança. Quero inspirar outras mulheres a seguirem seus sonhos, independentemente das barreiras que possam encontrar. A Medicina precisa de diversidade, de diferentes perspectivas e de mais mulheres em áreas cirúrgicas.”
Dra. Raquel reforça que a presença feminina em especialidades predominantemente masculinas não deve ser vista como uma exceção, mas como uma evolução necessária para tornar o ambiente médico mais inclusivo.
Sua história prova que, com coragem e dedicação, é possível romper barreiras e abrir novos caminhos para as futuras gerações de médicas e cirurgiãs.
