
Em reunião com o Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul, o Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Coren-MS) e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Sista/UFMS) pediram com urgência intervenção para a transferência de pacientes do Hospital Universitário (HU) de Campo Grande.

Superlotada, a unidade tem assistido os pacientes do SUS em condições muito ruins, que comprometem a segurança de quem precisa e presta atendimento no local.
“A situação é de calamidade e afeta a população de várias maneiras. Muitos estão em macas, podendo cair ou sofrer outros eventos de risco à segurança do paciente. Além disso, o hospital sofre com recursos humanos insuficientes para atender a demanda”, afirmou o presidente do Coren-MS, Sebastião Duarte.
Levantamento apresentado pelo Conselho aponta que todas as alas do Pronto Atendimento Médico do HU estão lotadas e com pacientes excedentes em relação ao número de vagas existentes.
Atualmente, a capacidade e ocupação das alas de atendimento estão assim: Ala Verde possui três vagas, mas está com 40 pacientes; Ala Amarela possui todas as oito vagas ocupadas; Ala Vermelha possui seis vagas, mas atende 13 pacientes e aguarda o recebimento de mais; Triagem Respiratória oferece uma vaga, porém atende 3 pacientes.
Representante do Sista, Cleodete Gomes afirmou que a entidade foi acionada por técnicos de enfermagem que estariam cobrindo dois setores no HU, o que não é adequado e certamente tem prejudicado a assistência dada aos pacientes. “Situação que pode acarretar danos à segurança dos pacientes e preocupa os próprios servidores da saúde em relação à possível desassistência e riscos de agir com imprudência e negligência”, falou.
Seriam opções para absorção da demanda o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, o Hospital El Kadri e a Clínica Campo Grande, por estarem com demanda da Covid-19 reduzida neste momento. “Com a superlotação no HU e a incerteza de quando abrirão vagas para a acomodação em leito, pedimos que os pacientes sejam encaminhados para outros hospitais conveniados ao SUS ou que o município custeie a internação em hospitais privados, pelos pacientes e profissionais de saúde”, disse o presidente.
Por meio de seu representante, o MPF afirmou que já está conduzindo tratativas em parceria com Ministério Público Estadual para resolver o problema de superlotação dos hospitais junto à Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande e aos demais gestores do SUS. Além disso, ressaltou que os dados fornecidos pelo Coren-MS e Sista serão avaliados e poderão motivar a adoção de novas providências pelo órgão.
