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SAÚDE

Estado entra no maior período de maior risco de acidentes com escorpiões e SES reforça atendimento

Secretaria de Estado de Saúde alerta para aumento de casos entre agosto e novembro; crianças estão entre as mais vulneráveis e já houve mortes recentes

12 agosto 2025 - 07h20
Mais de 3,4 mil casos já foram registrados em 2025; sazonalidade marca aumento das ocorrências a partir de agosto
Mais de 3,4 mil casos já foram registrados em 2025; sazonalidade marca aumento das ocorrências a partir de agosto - Foto: Helton Davis/SES
Terça da Carne

O calor e a umidade mais intensa dos próximos meses colocam Mato Grosso do Sul em alerta para o aumento dos acidentes com escorpiões. A Secretaria de Estado de Saúde (SES) afirma que agosto marca o início do período de maior atividade desses animais, que se estende até novembro, e já registra tendência de alta nas ocorrências.

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De janeiro a julho de 2025, foram notificadas 3.436 ocorrências no estado. A expectativa é de que esse número cresça nas próximas semanas, seguindo um padrão que se repete todos os anos. “Durante o inverno, os casos diminuem, mas com o retorno do calor e maior umidade, a movimentação dos escorpiões aumenta, especialmente na fase reprodutiva”, explica o biólogo Isaías Pinheiro.

O cenário preocupa porque, segundo a SES, 60% dos casos graves envolvem crianças com menos de 10 anos. Nos últimos meses, duas delas perderam a vida após picadas. “Esse é um período crítico, que exige vigilância constante e reforço da rede hospitalar. Temos o soro antiescorpiônico disponível em todas as regiões, garantindo atendimento rápido para os casos graves”, afirma Karyston Adriel, coordenador da Vigilância em Saúde Ambiental.

Nos últimos cinco anos, o estado apresentou crescimento contínuo nas notificações. Em 2020 foram 2.952 casos; em 2023, o número subiu para 5.303. Campo Grande lidera as estatísticas, seguida por Três Lagoas e Dourados.

Embora a maior parte dos acidentes seja de baixa gravidade, o perfil dos casos mais severos preocupa. Segundo a SES, 60% dos registros graves envolvem crianças com menos de 10 anos. Nos últimos meses, duas delas morreram após picadas.

“Infelizmente, já tivemos a perda de duas crianças recentemente, o que reforça a importância de mantermos a vigilância ativa e o apoio técnico aos municípios durante este período crítico. Estamos constantemente reforçando a estrutura da rede hospitalar com a disponibilização do soro antiescorpiônico, que está disponível em unidades de referência de todas as regiões, garantindo atendimento rápido e adequado em casos graves”, afirma Karyston Adriel.

Ação educativa da SES sobre o risco de animais peçonhentos. - Foto: Helton Davis/SES

O soro antiescorpiônico pode ser encontrado em unidades hospitalares de 67 municípios, incluindo hospitais estratégicos como o HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande, e centros em cidades com alta incidência como Três Lagoas, Corumbá e Dourados.

A SES também disponibiliza canais de orientação como o Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica), que auxilia tanto a população quanto profissionais de saúde. O trabalho de monitoramento é contínuo e inclui outros animais peçonhentos que se tornam mais ativos no calor, como cobras e abelhas.

No estado, predominam dois tipos de escorpião-amarelo, sendo o Tityus serrulatus o mais perigoso. “Não é possível eliminar totalmente os escorpiões, mas podemos reduzir os riscos com medidas preventivas e educação ambiental”, reforça Pinheiro.

Dentre as práticas recomendadas, estão:

  • Manter camas afastadas das paredes;
  • Não deixar cobertores encostando no chão;
  • Verificar lençóis, embaixo das camas e roupas antes de usá-las;
  • Fechar bem os ralos e tampar pias e tanques;
  • Evitar o acúmulo de entulho e materiais que possam servir de abrigo;
  • Controlar a presença de baratas, que são alimento para escorpiões — o que pode ser feito com dedetização periódica (a cada 3 a 6 meses).
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