Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
08 de outubro de 2025 - 12h49
SAÚDE PÚBLICA

Perícia aponta que metanol foi adicionado às bebidas, não surgiu na destilação; entenda

Perícia aponta adulteração proposital e confirma risco à saúde; número de mortos por intoxicação sobe para três no Estado

8 outubro 2025 - 10h35Redação
Bebidas destiladas são alvos de metanol
Bebidas destiladas são alvos de metanol - (Foto: Freepik)

Perícia realizada pelo Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo confirmou a presença intencional de metanol em amostras de bebidas destiladas apreendidas durante fiscalizações. Segundo o laudo, a substância foi adicionada diretamente às garrafas, descartando a hipótese de ser um subproduto natural da destilação.

Canal WhatsApp

Os detalhes da perícia foram divulgados nesta terça-feira (7), mas o órgão não informou quantas garrafas foram analisadas, nem os tipos específicos de bebidas ou os locais onde as apreensões ocorreram.

As análises laboratoriais indicaram que os níveis de metanol encontrados são resultado de adulteração, e não de um processo industrial legítimo. A substância é altamente tóxica e seu uso é proibido em bebidas, sendo comum apenas como matéria-prima para combustíveis.

O número de mortes por intoxicação por metanol subiu para três em São Paulo, de acordo com novo boletim divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde. Ao todo, já são 18 casos confirmados de contaminação e 158 sob investigação. Entre esses, sete óbitos ainda estão sendo analisados.

Os casos começaram a surgir após o consumo de bebidas como gim, vodca e uísque, adquiridas em comércios da capital paulista e cidades da Grande São Paulo.

A conclusão do laudo contraria a principal hipótese levantada inicialmente pela Polícia Civil. Em entrevista coletiva nesta semana, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, afirmou que o metanol poderia ter sido adicionado de forma acidental durante o uso de etanol de baixa qualidade nas falsificações. A perícia, no entanto, confirma que a adição foi proposital.

Desde o início da força-tarefa, 11 estabelecimentos foram interditados — sete na capital, dois em Osasco, um em São Bernardo do Campo e um em Barueri. Mais de 19 mil garrafas de bebidas foram apreendidas e passam por análises detalhadas.

Além das investigações em São Paulo, a Polícia Federal abriu inquérito para apurar a origem do metanol usado nas adulterações. Uma das linhas apuradas é que a substância possa ter sido desviada de caminhões e tanques abandonados após a Operação Tank, que mira o crime organizado.

O Ministério da Saúde também anunciou medidas emergenciais. Uma sala de situação foi criada para monitorar os casos em tempo real, e começou a distribuição de etanol farmacêutico, antídoto usado no tratamento da intoxicação por metanol, para os estados que solicitaram reforço nos estoques.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop