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11 de outubro de 2025 - 19h43
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SAÚDE

Perda de paladar na idade avançada: causas e estratégias para melhorar

Diminuição do paladar e olfato é comum com o envelhecimento e pode afetar saúde, nutrição e bem-estar; veja como lidar com o problema

11 outubro 2025 - 16h50The New York Times/E+
À medida que o tempo passa, a perda de paladar pode deixar a alimentação sem graça
À medida que o tempo passa, a perda de paladar pode deixar a alimentação sem graça - Foto: Freepik

Com o envelhecimento, a perda de paladar é mais comum do que se imagina. Um estudo de 2016 estimou que cerca de 75% dos adultos mais velhos apresentam alterações no paladar, mais do que qualquer outro déficit sensorial. Muitos não percebem imediatamente, porque a mudança ocorre de forma gradual. Além disso, grande parte do sabor depende do olfato, que também tende a diminuir com a idade, explica Paule Joseph, codiretora do Centro Nacional de Olfato e Paladar do Instituto Nacional de Saúde dos EUA.

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Essa perda sensorial pode ter consequências significativas: alguns idosos reduzem o apetite e se tornam frágeis, enquanto outros aumentam o consumo de alimentos salgados, doces ou gordurosos, elevando o risco de diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. O impacto psicológico também é relevante, pois paladar e olfato se conectam a áreas do cérebro ligadas à emoção e à recompensa, e à memória afetiva relacionada à comida.

Principais causas da perda de paladar e olfato

Especialistas identificam cinco fatores principais: trauma, infecções virais, inflamação, problemas bucais e envelhecimento.

  • Trauma: Lesões na cabeça, concussões ou cirurgias próximas a ouvido, nariz e cérebro podem afetar os nervos do paladar e olfato.

  • Infecções virais: Vírus, como a COVID-19, podem danificar células de suporte no nariz e prejudicar neurônios olfativos.

  • Inflamação crônica: Problemas como sinusite de longa duração, pólipos nasais ou alergias podem bloquear odores e danificar a mucosa nasal.

  • Saúde bucal: Doenças gengivais, boca seca e acúmulo de placas na língua alteram a percepção do sabor. Consultas regulares ao dentista, higiene bucal adequada e hidratação ajudam a reduzir o problema. Dentaduras, porém, podem limitar a percepção de textura e consistência dos alimentos.

  • Idade: Após os 60 anos, há redução das papilas gustativas e dos receptores olfativos, diminuindo a capacidade de regeneração. Outras condições médicas e medicamentos — como diabetes, AVC, Alzheimer, Parkinson, antibióticos, antidepressivos e quimioterapia — também contribuem.

Para alterações temporárias, como congestão, o tratamento médico costuma ser eficaz. Mas a perda de paladar ou olfato de longo prazo tem opções limitadas. Suplementos de zinco, vitamina B12, ferro ou acupuntura raramente apresentam benefícios comprovados, exceto quando há deficiência específica.

Uma alternativa promissora é o treinamento olfativo, uma espécie de fisioterapia nasal em que se inalam fragrâncias duas vezes ao dia. Estudos indicam melhora em alguns casos, especialmente entre pessoas mais jovens ou que tiveram infecção viral recente, desde que o treino seja mantido por meses.

Estratégias práticas na alimentação

Com limitações médicas, é possível intensificar o sabor de forma saudável:

  • Usar ervas, especiarias e alimentos ricos em umami (como cogumelos, tomates e queijo parmesão).
  • Considerar o glutamato monossódico (MSG), que contém apenas um terço do sódio do sal comum.
  • Variar cores, texturas e temperaturas dos alimentos para tornar as refeições mais prazerosas.
  • Evitar compensar a falta de sabor com excesso de sal, açúcar ou gordura.

“Paladar e olfato não são sentidos menores”, afirma Paule Joseph. “Eles influenciam nutrição, segurança e saúde mental. Mas é possível aumentar o prazer da comida de maneiras saudáveis.”

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