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22 de setembro de 2025 - 16h02
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SAÚDE

Autoagressão entre adolescentes: Brasil registra um caso a cada 10 minutos, alerta SBP

Estudo divulgado no Setembro Amarelo aponta aumento de episódios de violência autoprovocada entre jovens de 10 a 19 anos e reforça importância da escuta e acolhimento

22 setembro 2025 - 13h00
Acolhimento da família, escola e serviços de saúde é fundamental
Acolhimento da família, escola e serviços de saúde é fundamental - (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)
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Um levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), divulgado nesta segunda-feira (22), expõe um dado alarmante: a cada 10 minutos, ao menos um caso de autoagressão é registrado entre adolescentes de 10 a 19 anos no Brasil. Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e revelam uma média diária de 137 atendimentos nos últimos dois anos.

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Os números incluem casos de violência autoprovocada e tentativas de suicídio, ocorridos tanto em serviços de saúde quanto, em menor escala, registrados por escolas e centros de assistência social. A SBP destaca, contudo, que os números podem ser ainda maiores, devido à subnotificação — especialmente em redes privadas e escolas que não comunicam oficialmente os casos.

A região Sudeste lidera em números absolutos, com mais de 46 mil registros, sendo quase 25 mil apenas em São Paulo. Em seguida aparecem o Sul (19,6 mil), Nordeste (19 mil), Centro-Oeste (9,7 mil) e Norte (5,3 mil). Estados como Paraná, Ceará, Pernambuco, Goiás e o Distrito Federal também apresentam índices elevados.

O levantamento revela que, entre 2023 e 2024, ao menos 3,8 mil adolescentes foram internados em decorrência de autoagressões, com cinco hospitalizações por dia, em média. Cerca de mil mortes por suicídio são registradas anualmente nessa faixa etária, com destaque para jovens entre 15 e 19 anos.

A SBP chama a atenção para sinais que podem indicar sofrimento emocional: tristeza persistente, abandono de atividades prazerosas, autolesões, exposição a riscos e falta de planos para o futuro. O acompanhamento pediátrico é apontado como essencial para identificar esses sinais precocemente e orientar famílias.

A adolescência é descrita pela entidade como uma fase de transição intensa, com sensibilidade ampliada a pressões externas e maior risco emocional. Fatores como desestrutura familiar, falta de apoio escolar e desafios trazidos pelo ambiente digital podem agravar o cenário.

A SBP reforça que adolescentes em sofrimento devem ser acolhidos por familiares, amigos, educadores e profissionais de saúde. Em casos de urgência, os seguintes serviços estão disponíveis:

  • Centro de Valorização da Vida (CVV): atendimento gratuito e sigiloso pelo número 188 (24h).
  • Unidades de Saúde: postos, unidades básicas, UPAs e hospitais.
  • Centros de Atenção Psicossocial (CAPS): atendimento especializado em saúde mental.
  • SAMU (192) e pronto-socorros.
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