
Um novo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o tabagismo continua afetando cerca de 20% dos adultos no mundo, contribuindo para milhões de mortes evitáveis a cada ano.

Pela primeira vez, o estudo também trouxe dados sobre cigarros eletrônicos. Mais de 100 milhões de pessoas usam vapes globalmente, sendo 86 milhões adultos (em sua maioria em países ricos) e 15 milhões adolescentes entre 13 e 15 anos. Em locais com dados disponíveis, jovens têm nove vezes mais chances de usar vapes do que adultos. “Os cigarros eletrônicos estão alimentando uma nova onda de dependência da nicotina”, alerta Etienne Krug, diretor do Departamento de Determinantes Sociais da OMS.
Segundo Krug, embora muitas vezes promovidos como forma de redução de danos, esses produtos acabam viciando crianças mais cedo e colocando em risco décadas de avanços na saúde pública.
Entre 2000 e 2024, o número de usuários de tabaco no mundo caiu de 1,38 bilhão para 1,2 bilhão. A redução foi maior entre mulheres, que atingiram a meta global de diminuição da prevalência em 30% já em 2020. Entre homens, que representam mais de 80% dos usuários, a redução é mais lenta, com previsão de atingir a meta somente em 2031.
No Brasil, cerca de 20,1 milhões de pessoas usam produtos de tabaco, sendo a maioria homens. O país está no “caminho certo” para alcançar a meta de redução de 30% até 2025, podendo atingir 34%.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destaca que esforços de controle do tabaco ajudam milhões a parar ou evitar o consumo. No entanto, a indústria continua lançando novos produtos, como vapes e sachês de nicotina, focando nos jovens. “Os governos precisam agir mais rápido e de forma mais firme”, alerta.
A OMS recomenda aumentar impostos, proibir publicidade, expandir serviços de apoio à cessação do tabagismo e fechar brechas que permitam que crianças tenham acesso a produtos de nicotina. “Quase 20% dos adultos ainda usam tabaco. Não podemos relaxar agora”, reforça Jeremy Farrar, diretor-geral assistente da OMS.
