
A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta global nesta terça-feira (16) sobre a circulação de versões falsificadas do palbociclibe, comercializado sob o nome Ibrance. O medicamento é uma terapia de alto custo essencial para o tratamento de câncer de mama em estágio avançado e tem sido alvo de redes de falsificação que operam em farmácias físicas e plataformas online.
Falsificação sofisticada e alto risco - De acordo com a organização, nove lotes irregulares foram detectados em países da África, Europa e Mediterrâneo Oriental. Análises laboratoriais realizadas pela Pfizer, fabricante do remédio, revelaram que as amostras analisadas não continham nenhum princípio ativo. Na prática, as cápsulas são inertes, o que pode levar à progressão acelerada da doença e ao aumento do risco de morte pela ausência de efeito terapêutico.
No Brasil, o Ibrance é um medicamento de acesso restrito devido ao seu valor elevado: conforme a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), a menor dosagem pode chegar a R$ 10.182.
Como identificar os lotes - A OMS identificou que alguns falsificadores utilizam números de lotes legítimos, mas com discrepâncias na serialização, na qualidade da impressão das cápsulas e nas embalagens. Confira a lista dos lotes afetados:
- Confirmados como falsificados: FS5173, GS4328, LV1850 e TS2190.
- Suspeitos (sob investigação): GK2981, GR6491, GT5817, HJ8710 e HJ8715.
Recomendações aos pacientes e profissionais
A orientação é que pacientes e profissionais de saúde redobrem a atenção ao adquirir o fármaco. Caso haja suspeita de irregularidade, ausência de resposta ao tratamento ou defeitos na embalagem, a autoridade regulatória nacional (Anvisa, no caso do Brasil) e a própria OMS devem ser notificadas imediatamente.
A organização reforça que o consumo de medicamentos fora do canal oficial de distribuição — especialmente em sites não autorizados — representa um risco severo à integridade do tratamento oncológico.


