Grupo Feitosa de Comunicação
(67) 99974-5440
(67) 3317-7890
19 de setembro de 2025 - 16h47
maracaju hpv
SAÚDE

Nova diretriz reclassifica pressão 12 por 8 como pré-hipertensão no Brasil

Atualização apresentada no Congresso de Cardiologia visa identificar riscos mais cedo e incentivar hábitos saudáveis

19 setembro 2025 - 07h25Redação E+
Cientistas atualizam as diretrizes de manejo da hipertensão no Brasil.
Cientistas atualizam as diretrizes de manejo da hipertensão no Brasil. - (Foto: Divulgação)
ENERGISA

A tradicional leitura de pressão arterial 12 por 8 (120 por 80 mmHg), por décadas considerada ideal, acaba de ser reclassificada como indicativa de pré-hipertensão no Brasil. A mudança faz parte das novas diretrizes nacionais de manejo da hipertensão arterial, anunciadas nesta quinta-feira (18) durante o 80° Congresso Brasileiro de Cardiologia.

Canal WhatsApp

A atualização segue parâmetros mais recentes adotados por diretrizes europeias e tem como objetivo principal identificar precocemente pessoas com risco elevado de desenvolver hipertensão, além de estimular mudanças de estilo de vida antes do uso de medicamentos.

Segundo a nova classificação, a pressão arterial considerada ideal deve ser inferior a 120 mmHg para a sistólica (o número mais alto) e menor que 80 mmHg para a diastólica (o número mais baixo). Já a pressão igual ou superior a 140 por 90 mmHg segue sendo o critério para o diagnóstico de hipertensão.

Para pacientes já diagnosticados com a condição, a meta terapêutica recomendada é manter a pressão controlada em 130 por 80 mmHg (13 por 8).

Embora o valor 12 por 8 ainda seja visto como seguro, ele agora é entendido como um alerta: o corpo pode estar iniciando um processo de alteração da pressão arterial. Essa mudança de entendimento, explicam os especialistas, permite antecipar estratégias de prevenção e evita o agravamento do quadro.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), responsável pela divulgação das novas diretrizes, afirma que a reclassificação é baseada em evidências científicas recentes. "É um passo essencial para quem busca praticar uma medicina atualizada e alinhada às melhores práticas internacionais", destacou a SBC nas redes sociais.

Foco em prevenção e estilo de vida

Além da reclassificação dos níveis de pressão, as diretrizes reforçam que o tratamento da hipertensão não deve se restringir ao uso de medicamentos. A abordagem deve começar com intervenções não medicamentosas, especialmente nos casos de pré-hipertensão, onde mudanças no estilo de vida podem evitar o avanço da condição. As recomendações incluem:

  • Parar de fumar
  • Manter uma dieta saudável, com baixo consumo de sal e álcool, e aumento da ingestão de potássio
  • Praticar atividade física regularmente
  • Manter o Índice de Massa Corpórea (IMC) entre 18 e 24 kg/m²

Essas medidas, segundo os cardiologistas, são capazes de reduzir significativamente os riscos cardiovasculares e, em muitos casos, evitar a necessidade de medicamentos.

Impacto para a saúde pública

A nova diretriz chega em um momento importante: a hipertensão é uma das principais causas de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, que figuram entre as maiores causas de morte no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 30% da população adulta brasileira é hipertensa um número que pode crescer se medidas preventivas não forem adotadas.

Ao classificar 12 por 8 como pré-hipertensão, os especialistas esperam ampliar o número de diagnósticos precoces e reduzir as complicações associadas à pressão alta.

A decisão brasileira acompanha as mudanças adotadas recentemente pela Europa, que também deixou de considerar a pressão 12 por 8 como o padrão ideal. Nos Estados Unidos, desde 2017, o valor já é classificado como limítrofe para hipertensão.

Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia, seguir essas orientações globais coloca o país em sintonia com os avanços científicos e fortalece a prevenção, que é uma das estratégias mais eficientes no combate às doenças crônicas.

Orientação aos pacientes

Pessoas que medem regularmente a pressão e notam valores em torno de 120 por 80 mmHg devem estar atentas. Embora não signifique que sejam hipertensas, essa faixa agora é vista como um sinal de alerta. O acompanhamento médico, associado a hábitos saudáveis, é essencial para evitar a progressão da condição.

Com a nova diretriz, médicos e pacientes ganham uma ferramenta adicional para cuidar da saúde cardiovascular, atuando antes que a hipertensão se instale.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop

Deixe seu Comentário

Veja Também

Mais Lidas