
Mais de 200 vidas foram impactadas diretamente em Mato Grosso do Sul nos primeiros seis meses de 2025 por meio de transplantes de órgãos e tecidos. Ao todo, foram realizados 209 procedimentos, incluindo 29 de fígado, 3 de pâncreas, 8 de rim e 172 de córnea. O desempenho coloca o Estado entre os protagonistas no cenário nacional e mostra a importância da estrutura local no apoio à rede pública de transplantes.

Apesar dos avanços, o número de doações poderia ser maior. Em MS, como em boa parte do país, ainda é alta a recusa das famílias no momento da decisão, o que compromete a destinação dos órgãos. Atualmente, 654 pessoas aguardam na fila de espera por um transplante só em Mato Grosso do Sul.
Para enfrentar esse desafio, o Ministério da Saúde lançou o Prodot – Programa Nacional de Qualidade na Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes. A iniciativa reconhece o papel das equipes hospitalares que atuam desde a identificação dos doadores até a abordagem com os familiares. Pela primeira vez, haverá incentivo financeiro para esses profissionais, conforme o desempenho em cada hospital.
O governo federal prevê um investimento anual de R$ 20 milhões para ampliar a estrutura de transplantes em todo o Brasil. Desse total, R$ 13 milhões serão aplicados na inclusão de novos procedimentos, como os transplantes de membrana amniótica para queimaduras graves e de intestino delgado e multivisceral. Outros R$ 7,4 milhões vão diretamente para o Prodot.
No mesmo pacote de ações, o Ministério da Saúde iniciou a campanha nacional com o tema “Doação de Órgãos. Você diz sim, o Brasil inteiro agradece. Converse com a sua família, seja um doador”. A campanha reforça a necessidade de declarar em vida a vontade de doar, já que a decisão final cabe à família no momento da internação.
Entre as mudanças previstas, a Política Nacional de Doação e Transplantes (PNDT) agora está oficializada em portaria específica. Novas regras incluem a ampliação dos centros habilitados, modernização de exames como a prova cruzada virtual (para compatibilidade entre doador e receptor) e oferta de testes como o de quimerismo para monitoramento da medula óssea.
