O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES), em parceria com a Fiocruz/PE e o Ministério da Saúde, realizou na última sexta-feira, 22, em Campo Grande, a Mostra Final do projeto Saúde e Bem Viver. A iniciativa busca fortalecer o cuidado integral e a saúde mental no Estado, por meio da capacitação de profissionais da Atenção Primária à Saúde (APS) e das equipes e-Multi em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS).
O projeto já capacitou 179 estudantes, que atuam em 10 equipes responsáveis por elaborar 62 planos de intervenção implementados em 39 municípios. Ao todo, profissionais de quase 50% dos municípios sul-mato-grossenses participaram, incluindo equipes da APS, da saúde indígena, do sistema prisional e da rede hospitalar.
Além disso, em Aquidauana, Bodoquena e Miranda, equipes multiprofissionais com 36 estudantes elaboraram 12 planos, que incluíram estratégias de Yogaterapia.
Para a responsável técnica das PICS na SES, Patrícia Mecatti Domingos, a formação é estratégica: “A iniciativa qualifica a atenção à saúde mental em todos os níveis, amplia o cuidado integral, reduz o uso excessivo de medicamentos e fortalece os vínculos entre usuários e serviços de saúde”.
Entre as experiências apresentadas está o projeto “Aldeia em Movimento”, criado pela psicóloga Dienner Baltar. A ação promove encontros semanais de atividades físicas com comunidades indígenas, unindo saúde mental e física.
“Temos recebido depoimentos de pessoas que relatam que, mesmo com o corpo cansado, a mente descansa após as atividades. Esse é o nosso principal objetivo: oferecer suporte à saúde mental por meio do movimento”, disse Baltar.
Em três meses de atuação, o projeto já mostra resultados: melhora no sono, redução do uso de medicamentos psicotrópicos e diminuição do consumo de álcool, além de maior engajamento da comunidade, sobretudo de adolescentes.
Outro destaque é o projeto de Ribas do Rio Pardo, voltado ao bem-estar dos trabalhadores da APS. Idealizado pelo psicólogo Leonardo Andrade e pela fisioterapeuta Carolina Domingues, o programa introduziu práticas como yoga e auriculoterapia para reduzir o estresse ocupacional e humanizar o atendimento.
“Nosso objetivo é fortalecer o cuidado, que se estende para a população. Estudos mostram que as PICS reduzem estresse, ansiedade e dores crônicas. Ao cuidar dos profissionais, garantimos mais qualidade no atendimento à comunidade”, explicou Andrade.
Carolina Domingues reforçou: “As práticas integrativas abordam a saúde física e mental de forma conjunta, fazendo com que os pacientes se sintam mais acolhidos e respondam melhor ao tratamento”.
As torres de práticas como yoga, auriculoterapia e atividades comunitárias permitem recuperação mais rápida, redução no uso de medicamentos e fortalecimento dos vínculos sociais. Para garantir a correta aplicação, os profissionais envolvidos receberam capacitação especializada.
Segundo a superintendente de Atenção à Saúde da SES, Angélica Cristina Segatto Congro, os resultados já são perceptíveis:
“Estamos investindo em tecnologia e capacitação para oferecer atendimento mais seguro, eficiente e humanizado. Essas práticas representam um avanço significativo na qualidade da saúde oferecida no Estado”.
As iniciativas refletem o compromisso de Mato Grosso do Sul em consolidar uma rede de atenção humanizada, integrada e voltada à promoção da saúde mental, ao bem-estar dos profissionais e à qualidade de vida da população.
