tjms
PROCEDIMENTO

Surto de hepatite A em Campo Grande leva Ministério Público a cobrar medidas urgentes

Após salto no número de casos em 2024, MPMS inicia acompanhamento das ações de prevenção e controle adotadas pelas autoridades de saúde

1 abril 2025 - 12h00Redação
Casos da doença saltaram em Campo Grande, com maior incidência entre adultos de 20 a 49 anos
Casos da doença saltaram em Campo Grande, com maior incidência entre adultos de 20 a 49 anos - (Foto: Arquivo)

Crescimento expressivo no número de casos de hepatite A em Campo Grande levou o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) a instaurar um Procedimento Administrativo para acompanhar as ações de prevenção e controle da doença na capital. A iniciativa, publicada no Diário Oficial do MPMS na segunda-feira (31), para fiscalizar as medidas adotadas pelos órgãos públicos diante do avanço da infecção viral no município.

Canal WhatsApp

Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), 103 casos foram registrados até novembro de 2024 — uma realidade oposta ao cenário do ano anterior, quando a capital sul-mato-grossense não registrava notificações da doença. O crescimento é considerado preocupante, sobretudo pela concentração de casos entre pessoas com idade entre 20 e 49 anos.

Entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, foram confirmados 25 novos diagnósticos, indicando tendência de alta no número de infecções e reforçando a necessidade de respostas rápidas por parte das autoridades de saúde.

Monitoramento do MPMS - Assinado pelo promotor de Justiça Marcos Roberto Dietz, da 76ª Promotoria de Justiça de Campo Grande, o procedimento foi instaurado com o objetivo de fiscalizar as ações públicas voltadas ao controle da hepatite A, além de garantir o direito da população à adequada prestação de serviços de saúde.

O documento prevê coleta de informações e dados atualizados sobre a situação da doença no município, além da notificação formal das secretarias Municipal e Estadual de Saúde para que informem quais medidas estão sendo tomadas.

O MP também solicitou à Sesau detalhes sobre a cobertura vacinal atual contra hepatite A e os resultados obtidos com estratégias de imunização e prevenção. Outro ponto importante será o acompanhamento contínuo dos desdobramentos das ações já em andamento ou que venham a ser implementadas.

O alerta acende o sinal de preocupação nas autoridades sanitárias, já que a hepatite A, embora considerada menos agressiva do que outros tipos de hepatite viral, pode causar surtos em populações vulneráveis e provocar sobrecarga no sistema de saúde, especialmente quando há baixa cobertura vacinal e falhas nas condições de saneamento básico.

Dados da Sesau apontam que os adultos jovens, com idade entre 20 e 49 anos, são os mais atingidos pela doença. A faixa etária é geralmente menos coberta por campanhas vacinais, o que contribui para a disseminação do vírus, especialmente em áreas com maior circulação de pessoas.

A hepatite A é transmitida principalmente por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados ou pelo contato com pessoas infectadas. Em regiões com problemas de abastecimento de água, saneamento ou higiene, o risco de surto é ampliado.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop