
Pacientes com diabetes em Campo Grande estão enfrentando dificuldades para conseguir atendimento especializado e receber medicamentos essenciais na rede pública de saúde. A situação levou o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) a abrir uma investigação sobre a deficiência na assistência oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na Capital.

De acordo com a Promotoria de Justiça, mais de 900 solicitações de consulta com endocrinologista estão acumuladas desde março de 2023. O órgão destaca que o prazo de espera ultrapassa os 100 dias estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como limite para consultas eletivas.
Além da falta de especialistas, os pacientes também enfrentam dificuldades para ter acesso a insumos básicos, como insulinas e fitas para medir a glicemia. No Centro Especializado Municipal (CEM), foram registradas falhas na gestão de estoques e até a ausência de um sistema informatizado de controle. Entre os medicamentos em falta estão insulinas de uso contínuo, como Lantus (Glargina) e Novorapid (Aspart).
Prazo para respostas - O inquérito civil foi instaurado contra a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e a Secretaria Estadual de Saúde (SES). O MPMS deu prazo de 20 dias para que os órgãos apresentem medidas concretas para resolver o problema.
À Sesau, foi exigido um relatório detalhado sobre o número de endocrinologistas disponíveis, a média de atendimentos, a situação atual do estoque de medicamentos e o plano de ação para contratação de novos profissionais e melhoria no controle de insumos.
Já a SES deverá informar se há possibilidade de firmar parceria com o município para ampliar a oferta de consultas especializadas e reduzir a fila de espera que preocupa pacientes e familiares.
