
A doença de Alzheimer ainda é cercada por tabus e informações equivocadas que circulam entre a população. Esses mitos não só alimentam o estigma como também podem atrasar diagnósticos e tratamentos, aumentando o sofrimento de pacientes e familiares.

Especialistas apontam os equívocos mais comuns e explicam por que é fundamental combatê-los, mostrando que, mesmo sem cura, há formas eficazes de cuidado e manejo da doença.
1. “Não há o que fazer para o Alzheimer”
Embora ainda não haja cura, medicamentos podem retardar sintomas, especialmente se iniciados cedo. Intervenções como estimulação cognitiva, atividade física, alimentação equilibrada e suporte psicossocial também melhoram funcionalidade e qualidade de vida, segundo a geriatra Claudia Suemoto (USP).
2. “Perda de memória é normal no envelhecimento”
Pequenas mudanças cognitivas são comuns com a idade, mas perdas frequentes e progressivas não são normais. Identificar alterações precocemente permite tratar causas reversíveis e retardar a evolução de doenças neurodegenerativas.
3. “Medicações freiam a progressão da doença”
Medicamentos como rivastigmina, donepezila, galantamina e memantina não interrompem a doença, mas ajudam a melhorar os sintomas e a funcionalidade do paciente, alerta o neurologista Ricardo Teixeira (Unicamp).
4. “Exames podem prever Alzheimer”
Testes podem indicar risco, mas não determinam que a doença ocorrerá. A adoção de hábitos saudáveis é importante independentemente do resultado, e exames devem ser feitos apenas sob orientação médica.
5. “Canabidiol cura Alzheimer”
O canabidiol pode auxiliar em sintomas como agitação e distúrbios do sono, mas não há evidências de que cure a doença. Priorizar tratamentos sem comprovação científica pode comprometer a eficácia do cuidado, explica a neurologista Elisa de Paula Resende.
6. “O cuidador consegue lidar sozinho”
Cuidar de alguém com Alzheimer é complexo e desgastante. Segundo o geriatra Leandro Minozzo, o acompanhamento familiar e multidisciplinar é essencial para proteger a saúde do cuidador e a qualidade do cuidado ao paciente.
7. “Ter Alzheimer significa viver fora da realidade e agir com agressividade”
Nem todos os pacientes apresentam agressividade ou desconexão total. Cada caso é único e alterações comportamentais podem ser gerenciadas com acompanhamento médico adequado, afirma o neurologista Diogo Haddad.
8. “Demência é apenas para pessoas idosas”
Embora mais comum em idosos, Alzheimer e outras demências podem afetar pessoas abaixo de 60 anos, incluindo casos de demência frontal e vascular, alerta Thais Bento Lima da Silva (USP).
