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SAÚDE

Metanol desviado para bebidas clandestinas pode explicar intoxicações em São Paulo, diz especialista

Redirecionamento ocorreu após operação da Receita que desmantelou esquema de fraudes no setor de combustíveis

29 setembro 2025 - 21h45Agência Brasil
Metanol desviado para bebidas clandestinas pode explicar intoxicações em São Paulo, diz especialista.
Metanol desviado para bebidas clandestinas pode explicar intoxicações em São Paulo, diz especialista. - (Foto: Pexels)
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O metanol importado pelo crime organizado para adulterar combustíveis pode ter sido desviado para a produção de bebidas alcoólicas clandestinas, segundo Rodolpho Heck Ramazzinio, diretor de comunicação da Associação Brasileira de Combate à Falsificação (ABCF). A medida explicaria os casos recentes de intoxicação em São Paulo.

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Em entrevista à TV Brasil nesta segunda-feira (29), Ramazzinio afirmou que o redirecionamento do metanol ocorreu principalmente após a Operação Carbono Oculto, realizada pela Receita Federal e órgãos parceiros, que desmantelou no final de agosto um esquema de fraudes, lavagem de dinheiro e falsificação no setor de combustíveis.

“Com as empresas interditadas, os tanques que não estavam dentro dos pátios são desovados em outras empresas. Eles vendem para indústrias químicas e destilarias clandestinas, sem se preocupar com a saúde de ninguém”, explicou.

O Anuário da Falsificação da ABCF 2025 mostra que o setor de bebidas foi o mais afetado pelo mercado ilegal em 2024, com prejuízos estimados em R$ 88 bilhões: R$ 29 bilhões em sonegação de impostos e R$ 59 bilhões em perdas de faturamento das indústrias legalizadas. A operação Carbono Oculto atingiu cerca de mil postos de combustíveis ligados ao grupo criminoso, que movimentou R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024.

Desde junho, o governo de São Paulo confirmou seis casos de intoxicação por metanol em bebidas suspeitas, com três óbitos: um homem de 58 anos em São Bernardo do Campo, outro de 54 anos na capital e um terceiro de 45 anos ainda sem residência identificada. Atualmente, dez casos seguem sob investigação.

O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) reforça que o consumo de bebidas clandestinas representa sério risco à saúde. “A recomendação é que bares, empresas e consumidores adquiram apenas produtos de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, evitando bebidas de procedência duvidosa e prevenindo intoxicações”, alertou o órgão.

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