
A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) adotou uma nova estratégia para intensificar o combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Com base nas novas diretrizes do Ministério da Saúde e nos dados do 3º LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti) de 2025, o foco das visitas domiciliares será redirecionado para as áreas com maior índice de infestação.

A principal mudança está na forma como os agentes de endemias atuam. Antes, cada um era responsável por uma área fixa com até mil imóveis. Agora, com a nova metodologia, a meta de visitas será adaptada conforme o grau de risco de cada região.
“Se um município tem 10 mil imóveis e metade está em áreas críticas, os agentes vão se concentrar nesses locais, enquanto os demais serão monitorados com ovitrampas”, explica Marcus Carvalhal, gerente de Mobilização Social da SES. Ele ressalta que a nova abordagem usa dados acumulados nos últimos dez anos para uma atuação mais precisa e eficaz.
A atualização do aplicativo e-Visita Endemias também faz parte da reformulação. A nova versão do sistema foi apresentada em webconferência com os 79 municípios do estado e será usada para organizar as ações com base no risco real de infestação.
“O objetivo agora é intervir onde o problema é mais urgente, com base em dados técnicos. Isso torna o trabalho mais eficiente e evita desperdício de recursos”, reforça Carvalhal.
Reorganização das ações de campo é feita seguindo novas diretrizes determinadas pelo Ministério da Saúde
O terceiro ciclo do LIRAa em 2025 revelou um aumento significativo na presença do Aedes aegypti em Mato Grosso do Sul. Hoje, 21 municípios estão em situação de risco médio e um em risco alto. Em comparação, no mesmo período de 2024, apenas três municípios registravam risco médio e nenhum estava em risco alto.
Diante desse cenário, a SES orienta que as prefeituras ajustem seus cronogramas e concentrem os esforços nas regiões mais vulneráveis. “O levantamento nos permite agir com precisão. Assim, podemos ampliar a cobertura e reforçar as ações onde há maior necessidade”, explica Mauro Lúcio Rosário, coordenador estadual de Controle de Vetores.
A pasta também anunciou que vai promover capacitações regionais para os profissionais que atuam nas visitas domiciliares e seguirá oferecendo suporte técnico aos municípios.
Apesar da nova estratégia e da intensificação das ações, a SES destaca que o combate ao mosquito também depende da colaboração dos moradores. A maior parte dos criadouros continua sendo encontrada dentro das casas.
“A atuação dos agentes é indispensável, mas sem a participação da população, o impacto é limitado. É preciso que cada um faça sua parte, eliminando locais com água parada e cuidando do ambiente doméstico”, alerta Rosário.
