
O dia 10 de maio marca o Dia Internacional de Atenção à Pessoa com Lúpus, uma doença autoimune que ainda gera muitas dúvidas. O lúpus acontece quando o próprio sistema imunológico ataca os órgãos e tecidos do corpo, causando desde manchas na pele até problemas mais sérios, como inflamação nos rins, nas articulações ou até no cérebro.

De acordo com a Fundação Lúpus da América, cerca de 5 milhões de pessoas vivem com a doença no mundo. Mas, com o tratamento certo, é possível viver bem e com qualidade de vida. E o melhor: o diagnóstico e o tratamento são oferecidos de forma gratuita pelo SUS.
Quem fala é o especialista - O reumatologista Márcio Reis, chefe do Serviço de Reumatologia do Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap-UFMS), explica que o lúpus pode afetar qualquer pessoa, mas é mais comum em mulheres jovens, entre 18 e 40 anos. Ele destaca que o reconhecimento precoce dos sintomas é essencial para evitar danos maiores.
“A doença pode atingir qualquer órgão. O importante é reconhecer os sinais logo no começo e começar o tratamento rapidamente”, afirma o médico.
Márcio também lembra que fatores como exposição ao sol, tabagismo e infecções virais podem servir de gatilho para o surgimento da doença. A condição tende a ser mais grave em pessoas pretas e asiáticas, o que reforça a necessidade de atenção redobrada e acesso rápido ao atendimento médico.
O lúpus não é o fim - Apesar de ser uma doença crônica, o lúpus pode ser controlado com medicamentos, mudanças no estilo de vida e disciplina no acompanhamento médico. Segundo Márcio Reis, a chave está em seguir corretamente as orientações e cuidar da saúde física e mental.
“O importante é ter disciplina: ir às consultas, fazer os exames, tomar a medicação. O tratamento não é só o remédio, é o conjunto de cuidados com a rotina”, reforça o especialista.
Entre os cuidados recomendados estão:
Evitar a exposição solar
Manter uma alimentação equilibrada
Praticar atividade física, se possível
Parar de fumar
Cuidar da saúde emocional
Tratamentos disponíveis e avanços - O médico Luiz Barbosa, do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM-UFMT), completa que os remédios podem variar conforme o caso. Entre eles estão anti-inflamatórios, imunossupressores, medicamentos biológicos e até terapias com células modificadas em laboratório, como a CAR-T Cell.
Além disso, a vitamina D tem ajudado bastante nos tratamentos, servindo como um reforço ao que já é feito com outros medicamentos. O tratamento é sempre personalizado, pois o lúpus tem fases de atividade e de remissão, e o que serve para um paciente pode não ser ideal para outro.
Viver com lúpus é possível - A história de Maria Aparecida Ribeiro, de 55 anos, mostra isso. Ela convive com o lúpus desde 2006, enfrentou piora durante a pandemia, mas segue firme com o acompanhamento no HUJM-UFMT. “Estou muito confiante. Faço tratamento com os melhores profissionais do estado”, conta Maria.
