A Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES) divulgou os dados do terceiro ciclo do LIRAa/LIA (ferramenta do Sistema de Vigilância em Saúde utilizada para o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti) de 2025 e acendeu o sinal de alerta para o avanço do mosquito Aedes aegypti no Estado. Ao todo, 21 municípios foram classificados como de risco médio de infestação e um com risco alto. O cenário é mais preocupante que o do mesmo período do ano passado, quando apenas três cidades estavam em risco médio e nenhuma em risco alto.
O aumento da infestação ocorre às vésperas do período de maior transmissão das arboviroses, como dengue, zika e chikungunya, o que exige maior vigilância e mobilização dos municípios e da população.
A comparação com os levantamentos anteriores mostra uma oscilação nos índices de infestação, com picos em momentos críticos do ano. Em janeiro de 2025, por exemplo, foram registrados 28 municípios com risco médio e 6 com risco alto. Já em maio, o número de cidades com risco alto subiu para 12. Agora, em agosto, o número de municípios em risco médio saltou para 21, enquanto um aparece com risco alto.
Ao comparar os ciclos de monitoramento dos municípios entre os anos de 2024 e 2025, observa-se uma variação significativa nos níveis de risco médio e alto
Essa variação reforça a importância do monitoramento constante e da antecipação nas ações de controle. O LIRAa e o LIA são realizados em quatro ciclos ao longo do ano e ajudam os gestores a ajustarem as estratégias conforme a sazonalidade climática, especialmente em períodos de calor e chuvas.
Para fortalecer as ações de combate ao mosquito, a SES entregou, no fim de junho, 30 caminhonetes a municípios estratégicos. Os veículos estão sendo utilizados para ampliar o alcance das equipes de campo, principalmente em áreas com acesso limitado.
Entre os municípios contemplados estão Bonito, Caarapó, Coxim, Ivinhema, Maracaju, Nova Andradina, Porto Murtinho, Ponta Porã, Sidrolândia e Sete Quedas, entre outros. Segundo a SES, a logística é fundamental para garantir respostas mais rápidas e eficazes.
O coordenador estadual de controle de vetores, Mauro Lúcio Rosário, destaca que o levantamento é uma ferramenta essencial para guiar decisões locais. “O LIRAa mostra com clareza a situação de cada município. Isso nos permite orientar os gestores, reforçar mutirões e garantir que as ações sejam mais eficientes”, afirma.
Já o técnico da Coordenadoria de Vetores, Marcus Carvalhal, alerta que o momento exige atenção redobrada. “Estamos entrando no período mais propício para a reprodução do mosquito. Além da dengue, temos observado um crescimento preocupante da chikungunya”, disse.
A secretária-adjunta da SES, Crhistinne Maymone, ressalta que o combate ao Aedes não é apenas responsabilidade das autoridades. “Cada cidadão tem um papel importante. Eliminar criadouros, cuidar dos quintais e não deixar água parada são atitudes simples que fazem diferença. É uma questão de cuidado coletivo”, enfatizou.
A SES reforça que manter a vigilância ativa em casa, no trabalho e nos espaços públicos é fundamental para evitar novos surtos e proteger a saúde de toda a comunidade.
