O rapper Hungria não corre risco de perder a visão, segundo avaliação médica divulgada nesta sexta-feira (3). O cantor, internado desde quinta (2) no DF Star, em Brasília, foi atendido após apresentar sintomas compatíveis com intoxicação por metanol.
De acordo com o médico Leandro Machado, que acompanha o caso, a rápida intervenção foi decisiva:
“No começo esse era nosso medo, quando ele começou com a queixa de turvação visual. Mas como tudo foi feito muito rápido, conseguimos reverter isso e agora ele está sem sintomas”.
O artista já passou por duas sessões de hemodiálise e deve receber alta até segunda-feira (6), conforme a evolução clínica.
Exames e investigações
Os exames laboratoriais que confirmam a presença do metanol no sangue ainda não ficaram prontos. O Brasil já notificou 60 casos suspeitos de intoxicação pela substância em 2025 — a maioria em São Paulo (53), além de registros em Pernambuco (5), Distrito Federal (1), Paraná (1) e Bahia (1).
As autoridades ainda investigam onde ocorreu a possível contaminação. Hungria fez show em São Bernardo do Campo (SP) no último domingo e, em Brasília, teria consumido bebida alcoólica na quarta-feira, 1º.
“Pode ter sido em São Paulo? Pode. Pode ter sido aqui em Brasília? Pode. Isso quem vai decidir é a polícia com a investigação”, disse Machado.
Fiscalizações após o caso
O episódio desencadeou ações de fiscalização.
Em São Paulo, o bar Boteco da Villa, onde Hungria se apresentou, foi interditado pela Vigilância Sanitária. O estabelecimento alega precipitação e nega provas de contaminação em suas bebidas.
No Distrito Federal, uma distribuidora de bebidas clandestinas foi fechada por falta de licença.
O estoque de uma rede de supermercados também foi interditado preventivamente, após identificação de garrafas do mesmo lote consumido pelo cantor. As amostras foram encaminhadas ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
