
Inspiradas na tendência do “cabelo maluco”, que costuma movimentar escolas e creches durante o mês das crianças, as mães de bebês internados na Unidade Neonatal do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) participaram de uma versão especial da brincadeira: as “toucas malucas”.
A iniciativa, criada pela equipe multiprofissional da unidade, proporcionou momentos de leveza, criatividade e acolhimento às famílias que vivenciam o período de internação dos recém-nascidos — uma rotina delicada e emocionalmente desafiadora.
A terapeuta ocupacional Grazielle Rodrigues, que atua na unidade, explica que o trabalho terapêutico vai além do cuidado direto com os bebês: “Além do atendimento aos pequenos, realizamos grupos terapêuticos com as mães para acolher, fortalecer e promover bem-estar. Esses encontros favorecem o vínculo afetivo, a expressão emocional e o enfrentamento positivo da internação”, destaca.
Segundo Grazielle, a ideia das toucas surgiu como uma forma de trazer leveza à rotina hospitalar.
“A proposta nasceu da tendência do cabelo maluco e foi adaptada à realidade do setor. É um gesto simbólico: hoje, elas fazem as toucas dos bebês; amanhã, estarão arrumando o cabelo maluco deles para a escola”, disse.
As participantes elogiaram a iniciativa. Katyelim Nathalia de Jesus, de 24 anos, mãe do pequeno Bernardo, está há dois meses no hospital e conta que a atividade trouxe alívio emocional.
“É uma boa ideia, ajuda a gente a distrair um pouco, porque o ambiente é tenso. Cheguei com 26 semanas de gestação e não imaginava que teria esse tipo de atividade aqui. Foi muito bom.”
Para Jennifer Fernanda, mãe da Ísis Valentina, a ação também foi uma forma de expressar afeto: “Achei bem legal, principalmente porque ajuda a distrair. Criei a touca pensando na personalidade da minha filha.”
Já Nicolly de Oliveira Pereira, de 20 anos, mãe da pequena Maria Helena, nascida com 29 semanas, classificou o momento como transformador. “Foi maravilhoso! Faz a gente esquecer um pouco da tensão e ter momentos mais felizes durante a internação. Minha inspiração foi a Maria Helena.”
A avó da bebê, Joyce Carmo de Oliveira, de 42 anos, também participou da confecção das toucas e se surpreendeu com a proposta. “Não imaginava que existia algo assim. Foi uma novidade e tirou um pouco o foco das preocupações.”
Referência em gestação de alto risco e neonatologia, o HRMS mantém o selo IHAC (Iniciativa Hospital Amigo da Criança) desde 2003 — um reconhecimento do Ministério da Saúde, criado pela Unicef e pela OMS, que certifica hospitais que promovem e apoiam o aleitamento materno.
A unidade também é Centro de Referência Estadual do Método Canguru, que prioriza o contato pele a pele e o fortalecimento do vínculo entre mãe e bebê.

