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25 de outubro de 2025 - 11h33
TJMS
SAÚDE

HRMS alerta para riscos de ingestão acidental de produtos de limpeza

Centro de Endoscopia Avançada é referência em Mato Grosso do Sul no atendimento de casos graves; médica reforça importância da prevenção e do atendimento rápido

25 outubro 2025 - 08h07Maria Edite Vendas
Centro de Endoscopia Avançada do HRMS é referência no atendimento de pacientes intoxicados por ingestão de produtos cáusticos em Mato Grosso do Sul.
Centro de Endoscopia Avançada do HRMS é referência no atendimento de pacientes intoxicados por ingestão de produtos cáusticos em Mato Grosso do Sul. - (Foto: Patricia Belarmino)

Produtos como soda cáustica, desentupidor, alvejante e limpa-forno fazem parte da rotina de limpeza de muitas famílias, mas também representam um grave risco à saúde, especialmente quando ficam ao alcance de crianças. Um descuidos de segundos pode deixar marcas irreversíveis.

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Em Mato Grosso do Sul, o Centro de Endoscopia Avançada do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) é referência estadual no atendimento de pacientes que ingerem produtos cáusticos e corrosivos, como soda cáustica e limpa-forno.

A médica Caroline Leonardi, endoscopista do HRMS, explica que as principais vítimas são crianças de até cinco anos, embora também haja casos entre adultos.

“Esses produtos, quando ingeridos, causam queimaduras graves no esôfago, no estômago e até no trato respiratório. Em situações mais severas, as lesões podem evoluir para perfurações e gerar complicações a longo prazo, como o estreitamento do esôfago, que impede o paciente de se alimentar normalmente”, detalha.

Médica alerta para a necessidade de conscientizar a população sobre os riscos da ingestão de cáusticos. (Foto: Patrícia Belarmino)

Quando esse estreitamento ocorre, o paciente precisa passar por dilatações periódicas do esôfago, procedimento realizado no próprio centro.

A médica destaca ainda que a produção caseira de sabão aumenta o risco de acidentes no Estado. “Muitas pessoas armazenam a soda diluída em garrafas reaproveitadas, como as de água mineral ou refrigerante. No descuido, alguém pode ingerir achando que é água. É fundamental conscientizar e evitar o acesso a esse tipo de material”, alerta.

Em caso de ingestão acidental, a recomendação é procurar imediatamente uma UPA ou CRS. Se necessário, o paciente é encaminhado ao HRMS pela regulação estadual.

A história de Tamara Ferreira Araújo, de 29 anos, ilustra o perigo desses produtos. Em abril, sua filha Ana Alice, de seis anos, ingeriu acidentalmente um desentupidor diluído em um copo.

“Saí por um instante para atender minha outra filha, e logo ouvi a Ana Alice dizendo que ‘parecia dipirona’. Quando voltei, entrei em choque. Foi questão de segundos”, relembra Tamara.

Após o incidente, a menina apresentou tosse, tremores e sudorese intensa. Foi levada ao CRS e, em seguida, transferida para o HRMS, onde ficou internada por quase três meses.

Hoje, Ana Alice continua o tratamento com dilatações semanais no esôfago e acompanhamento com cirurgião, fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo e neurologista. “Eu diria para todos os pais: não deixem nada ao alcance das crianças, porque pode acontecer num piscar de olhos”, alerta a mãe.

A médica Caroline Leonardi reforça que a prevenção é o principal caminho para evitar tragédias domésticas. Pequenos cuidados podem fazer a diferença:

  • Guarde produtos de limpeza fora do alcance e da visão das crianças;
  • Não reutilize garrafas ou recipientes para armazenar substâncias químicas;
  • Identifique corretamente produtos perigosos;
  • Em caso de acidente, procure atendimento médico imediato — nunca provoque vômito nem ofereça líquidos.
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