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24 de setembro de 2025 - 14h42
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SAÚDE

Hipertensão atinge 55 milhões no Brasil e menos da metade mantém doença sob controle

Novo relatório mostra que taxa brasileira supera a média mundial e destaca riscos mesmo abaixo de 14 por 9

24 setembro 2025 - 10h05Redação E+
A hipertensão é uma condição cardiovascular diretamente associada a ataques cardíacos, AVCs, doenças renais e até quadros de demência
A hipertensão é uma condição cardiovascular diretamente associada a ataques cardíacos, AVCs, doenças renais e até quadros de demência - (Foto: ABrasil)

A hipertensão, considerada uma das principais ameaças à saúde global, afeta cerca de 1,4 bilhão de pessoas no mundo, mas apenas 23% conseguem controlar a doença, segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (23).

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No Brasil, o cenário é ainda mais preocupante: 46% dos adultos e idosos entre 30 e 79 anos convivem com pressão alta — índice acima da média mundial, estimada em 34%. São 55,7 milhões de brasileiros hipertensos, dos quais 71% já receberam diagnóstico, mas apenas 38% têm a doença sob controle, conforme o documento.

A hipertensão é uma condição cardiovascular diretamente associada a ataques cardíacos, AVCs, doenças renais e até quadros de demência. Apesar de ser prevenível e tratável, a OMS reforça que a falta de medidas urgentes pode continuar custando milhões de vidas.

“A cada hora, mais de 1 mil vidas são perdidas em decorrência de AVCs e ataques cardíacos causados pela pressão alta, e a maioria dessas mortes poderia ser evitada”, afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

De acordo com a OMS, um adulto é considerado hipertenso quando a pressão arterial é igual ou superior a 14 por 9 (140/90 mmHg) em pelo menos duas medições diferentes. No entanto, valores menores já oferecem riscos.

A nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial reforça esse ponto: a pressão de 12 por 8 (120/80 mmHg), antes considerada ideal, passou a ser classificada como pré-hipertensão. O diagnóstico de hipertensão permanece a partir de 14 por 9. Para não entrar em zona de risco, a diretriz recomenda valores abaixo de 12 por 8.

Sobre o relatório - O levantamento da OMS analisou dados de 195 países e revelou que em quase metade deles (99 países) o índice de controle da hipertensão é inferior a 20%. O problema se concentra principalmente em nações de baixa e média renda, onde as doenças cardiovasculares custaram US$ 3,7 trilhões entre 2011 e 2025 — cerca de 2% do PIB combinado dessas regiões.

As barreiras apontadas vão desde a falta de equipamentos básicos para medir a pressão até medicamentos caros e protocolos de tratamento inconsistentes. Em países de baixa renda, apenas 28% afirmam disponibilizar todos os medicamentos essenciais contra hipertensão em unidades de saúde.

Experiências internacionais demonstram que é possível mudar o cenário. Em Bangladesh, a taxa de controle da hipertensão saltou de 15% para 56% em algumas regiões após a inclusão do tratamento em serviços básicos de saúde. Já a Coreia do Sul alcançou, em 2022, uma taxa de 59% ao adotar medicamentos de baixo custo e limitar cobranças adicionais aos pacientes.

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