
Campo Grande está redescobrindo suas ruas, praças e paisagens através dos grupos de pedal, que ganham cada vez mais força como movimento social e vetor de desenvolvimento turístico. Uma pesquisa qualitativa e quantitativa realizada entre os dias 10 e 21 de julho de 2025 pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável (Semades) destaca o impacto positivo da prática do ciclismo no cotidiano da cidade.

O estudo revela que, além de promover um estilo de vida mais saudável e o lazer ao ar livre, o pedal está incentivando as pessoas a explorarem novos caminhos e a conhecerem locais da cidade que muitas vezes passam despercebidos pelos próprios moradores. Segundo o gerente de Turismo da Semades, Wantuyr Tartari, a prática de pedalar tem se tornado uma forma de redescobrir Campo Grande, proporcionando uma nova conexão com o território e com a comunidade.
A pesquisa aponta que, mais da metade dos participantes dos grupos de pedal são considerados ativos, o que significa que eles participam regularmente de passeios, eventos e encontros ciclísticos. A grande maioria, 85%, mantém as programações abertas ao público, incentivando o turismo local ao integrar ciclistas de outras regiões, além de movimentar comércios locais, feiras, pontos turísticos e praças públicas.
A popularização do ciclismo em Campo Grande não é uma moda passageira. O estudo destaca que 42% dos grupos existem há pelo menos 10 anos, com 14% superando essa marca, o que demonstra a solidez e o potencial do pedal como atividade consolidada na cidade.
“Os grupos de pedal são peças-chave para a economia criativa e o turismo sustentável. Eles geram fluxo, criam experiências e movimentam a cidade de forma descentralizada. Precisamos entender esse movimento e potencializar a iniciativa como geradora de riqueza para a nossa cidade”, afirma Ademar Silva Junior, secretário municipal de Meio Ambiente, Gestão Urbana e Desenvolvimento Econômico, Turístico e Sustentável.
Apesar do crescimento e da aceitação, a pesquisa aponta um desafio importante: a participação de pessoas com deficiência (PcD) nos grupos de pedal ainda é muito baixa. Apenas 0,82% dos participantes ativos se identificam como PcD, e apenas 21% dos grupos afirmam contar com membros com deficiência física. Isso evidencia a necessidade de maior inclusão e adaptação das atividades para garantir que todos possam aproveitar o lazer sobre duas rodas.
A pesquisa também revela que 64% dos grupos de pedal em Campo Grande possuem uma agenda de programação definida, o que garante maior organização e regularidade nas atividades realizadas. No entanto, 36% dos grupos não têm uma programação fixa, o que pode refletir a natureza mais espontânea ou informal de algumas dessas iniciativas.
Essa diversidade na forma de organização é um reflexo da flexibilidade dos grupos de pedal, que se adaptam às diferentes necessidades e dinâmicas da cidade, sempre com o objetivo de unir as pessoas e promover um estilo de vida saudável.
Com o apoio de políticas públicas e a integração de iniciativas turísticas, o movimento dos grupos de pedal em Campo Grande tende a crescer cada vez mais. A prática do ciclismo já está consolidada como uma forma inovadora e sustentável de explorar a cidade, oferecendo aos moradores e turistas novas possibilidades de lazer, saúde e integração com o meio ambiente.
Seja para explorar novos caminhos, melhorar a saúde ou simplesmente para se divertir, pedalar em Campo Grande se tornou uma oportunidade de redescobrir a cidade de um jeito diferente.
