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30 de setembro de 2025 - 11h09
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SAÚDE

Casos de fimose e parafimose em adolescentes crescem mais de 80% no Brasil

Levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia aponta aumento expressivo de internações; especialistas reforçam importância do diagnóstico precoce

30 setembro 2025 - 07h55Redação E+
Garotos costumam se consultar menos com urologistas do que as garotas com os ginecologistas
Garotos costumam se consultar menos com urologistas do que as garotas com os ginecologistas - Foto: thatinchan/Adobe Stock
Terça da Carne

As internações por prepúcio redundante, fimose e parafimose entre meninos de 10 a 19 anos cresceram 81,58% nos últimos anos, segundo dados do Ministério da Saúde analisados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). O número de atendimentos passou de 10.677, em 2015, para 19.387 em 2024.

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Para o urologista Alexandre Cavalcante, do Hospital Sírio-Libanês de Brasília, dois fatores podem explicar esse salto: o diagnóstico tardio, devido à falta de consultas regulares, ou, ao contrário, o maior acesso à saúde pública, que hoje permite que adolescentes busquem atendimento médico com mais frequência.

O que é prepúcio redundante e fimose

O prepúcio redundante ocorre quando há excesso de pele cobrindo a glande, sem impedir totalmente sua exposição, mas dificultando a higienização adequada e favorecendo infecções.

Já a fimose é caracterizada pela impossibilidade de retrair o prepúcio para expor a cabeça do pênis. Pode ser:

  • Primária (fisiológica): presente desde o nascimento, por aderência natural da pele.
  • Secundária: adquirida após infecções, inflamações ou traumas que estreitam o prepúcio.

Em muitos casos, a fimose se resolve espontaneamente. Mas, quando não há melhora, o tratamento é cirúrgico.

A dificuldade de higienização pode levar a infecções urinárias, inflamações (balanite e balanopostite), mau cheiro e até câncer de pênis.

Outra complicação grave é a parafimose, quando o prepúcio preso atrás da glande estrangula a região, causando dor intensa e risco de necrose. Nessas situações, é necessária intervenção médica imediata.

Especialistas ressaltam que a fimose não afeta a fertilidade nem causa impotência. O que pode ocorrer é desconforto durante as relações sexuais, dependendo do grau da condição.

Tratamento

O tratamento mais indicado é a postectomia, conhecida como circuncisão. A cirurgia é feita com anestesia, pode exigir sedação em adolescentes e adultos, e costuma ter recuperação rápida, desde que sejam respeitados cuidados como higiene adequada, uso de pomadas cicatrizantes e pausa nas atividades físicas por cerca de 10 dias.

As relações sexuais só devem ser retomadas após a cicatrização completa.

Falta de prevenção entre adolescentes

A SBU alerta que muitos meninos não têm o hábito de consultar especialistas. Em 2022, dados do Ministério da Saúde mostraram que meninas de 12 a 19 anos buscaram atendimento médico 2,5 vezes mais que os meninos da mesma faixa etária. Em consultas especializadas, a diferença foi ainda maior: adolescentes do sexo feminino procuraram o ginecologista 18 vezes mais do que os meninos buscaram o urologista.

Segundo o urologista Daniel Zylbersztejn, coordenador da campanha da SBU, isso acontece porque “os meninos não têm um marco tão evidente quanto a primeira menstruação, o que dificulta a criação do hábito de procurar acompanhamento preventivo”.

Para estimular consultas médicas entre crianças e adolescentes, a SBU promove a campanha #VemProUro, em sua 8ª edição. A iniciativa divulga conteúdos no Instagram @portaldaurologia, com posts, vídeos e lives sobre temas como vacinação contra HPV, varicocele, torção testicular, ejaculação precoce e tamanho do pênis.

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