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27 de setembro de 2025 - 15h13
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CAPITAL

Fila por consulta com cardiologista no SUS ultrapassa 100 dias em Campo Grande

Mais de 2,5 mil pessoas aguardam atendimento, e MP cobra solução imediata da Prefeitura

27 setembro 2025 - 08h50Carlos Guilherme
População enfrenta longa espera por atendimento com cardiologista na rede pública de Campo Grande
População enfrenta longa espera por atendimento com cardiologista na rede pública de Campo Grande - (Foto: Freepik)

A população que depende do SUS em Campo Grande enfrenta uma espera de mais de três meses para conseguir uma consulta com cardiologista. Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS), mais de 2,5 mil pacientes estão na fila, com casos aguardando desde junho de 2024. Diante da demora considerada excessiva, o órgão abriu um inquérito para investigar as falhas no atendimento.

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O levantamento da 76ª Promotoria de Justiça aponta uma série de problemas que contribuem para o atraso. Entre eles, a dificuldade da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) em contratar novos especialistas e firmar parcerias com hospitais da capital.

Falta de médicos e parcerias emperram o sistema - A escassez de cardiologistas é um dos principais entraves. A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Sesau, ainda não conseguiu preencher todas as vagas necessárias, o que reduz a capacidade de atendimento. Além disso, contratos com instituições como o Hospital Evangélico ainda não foram formalizados, o que atrasa ainda mais a ampliação do serviço.

Hospitais importantes como o Universitário e a Santa Casa também deixaram de oferecer consultas diretamente. Atualmente, eles só atendem pacientes encaminhados com quadros clínicos já avaliados, o que limita o acesso da população ao diagnóstico inicial.

Diante do cenário, o MPMS deu um prazo de 20 dias para que a Sesau apresente um plano de ação com metas e prazos bem definidos. O objetivo é reduzir o tempo de espera e garantir atendimento para quem está na fila. A secretaria também deve informar o número atual de cardiologistas na rede e quando será concluído o contrato com o Hospital Evangélico.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) também foi acionada. O MP quer que o Estado avalie formas de apoiar o município, seja com repasse de profissionais, convênios ou outras medidas que possam agilizar a assistência à população.

De acordo com o Ministério Público, o tempo de espera ultrapassa o limite considerado razoável. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por meio do enunciado nº 93, destaca que atendimentos eletivos não podem ser adiados indefinidamente, sob risco de prejudicar o direito à saúde assegurado pela Constituição.

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