TCE
SAÚDE

Febre em crianças: quando se preocupar e procurar atendimento médico

Nova diretriz da Sociedade Brasileira de Pediatria considera febre a partir de 37,5°C medidos na axila. Entenda os cuidados e sinais de alerta

11 agosto 2025 - 13h00 Gabriela Cupani
Ao apresentarem febre, muitas crianças são levadas ao pronto-socorro, mas nem sempre isso é necessário
Ao apresentarem febre, muitas crianças são levadas ao pronto-socorro, mas nem sempre isso é necessário - Foto: Talia Mdlungu/Adobe Stock

A febre está entre as principais causas de procura por atendimento pediátrico, representando cerca de 20% a 30% das queixas, segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Embora não seja uma doença, ela indica que o organismo está reagindo contra infecções ou inflamações — e é motivo de apreensão para muitos pais.

Canal WhatsApp

O aumento da temperatura geralmente vem acompanhado de calafrios, extremidades frias, batimentos acelerados ou respiração mais rápida. O receio de quadros graves ou convulsões é tão comum que recebeu o nome de “febrefobia” entre os médicos.

A temperatura do corpo varia naturalmente ao longo do dia, atingindo valores mais altos no fim da tarde. Em adultos, essa diferença pode chegar a 0,5°C e, em bebês, a 1°C.

Mudança no parâmetro de febre
Até pouco tempo, a SBP considerava febre quando a temperatura axilar passava de 37,8°C. Porém, em um documento divulgado em maio (Abordagem da Febre Aguda em Pediatria e Reflexões sobre a Febre nas Arboviroses), a entidade passou a adotar 37,5°C como referência.

Segundo o pediatra Tadeu Fernando Fernandes, presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da SBP, esse valor é usado como critério em estudos clínicos, e não para prescrever medicamentos. A mudança segue o padrão internacional, já adotado por instituições como a Academia Americana de Pediatria.

O que fazer diante da febre
Ao notar a elevação da temperatura, é fundamental manter a criança hidratada e observar seu estado geral. Não há um “número mágico” para iniciar a medicação; o que importa é como a criança está.

Se ela estiver ativa, brincando e se alimentando, não há necessidade imediata de antitérmicos. No entanto, sinais como choro persistente, irritabilidade, recusa para comer, diminuição da urina, dificuldade para respirar ou apatia exigem atenção médica.

Convulsões febris costumam ocorrer apenas em crianças predispostas e podem acontecer até com febres baixas.

No Brasil, os medicamentos mais usados são paracetamol, dipirona e ibuprofeno, sempre respeitando a dose e o intervalo prescritos pelo médico conforme o peso e a idade. A prática de alternar remédios não é recomendada, pois aumenta o risco de superdosagem.

Quando ir ao pronto-socorro
Segundo o pediatra Claudio Schvartsman, do Hospital Israelita Albert Einstein, febre baixa sozinha não justifica ida imediata ao hospital. A avaliação deve considerar o desconforto da criança e a presença de sintomas associados.

Febre muito alta, dificuldade para respirar, recusa de líquidos e alimentos, sonolência excessiva ou falta de resposta aos medicamentos são sinais para buscar atendimento de forma mais rápida.

Assine a Newsletter
Banner Whatsapp Desktop