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ATIVIDADE FÍSICA

Treinar ou descansar? O que fazer quando a gripe atrapalha a rotina

Saiba como identificar quando é seguro manter os treinos e quando o descanso é fundamental para a recuperação

24 julho 2025 - 10h35Thais Szegö
Em caso de gripe, o ideal é suspender os treinos, orientam os especialistas.
Em caso de gripe, o ideal é suspender os treinos, orientam os especialistas. - (Foto: Krakenimages.com/Adobe Stock)

Quando a dor de garganta aparece, o nariz entope e os sintomas do resfriado ou da gripe começam a incomodar, surge a dúvida: devo continuar com os treinos ou é melhor dar uma pausa para me recuperar? Com a chegada dos dias mais frios, as gripes e resfriados se tornam mais comuns, e muitas pessoas se perguntam se é seguro manter a rotina de atividade física. A resposta vai depender dos sintomas e da intensidade do mal-estar.

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Se os sintomas forem leves, como coriza, dor de garganta e um pequeno desconforto, a prática de exercícios leves ou moderados pode ser realizada, caso o corpo permita. Porém, se houver sinais mais graves, como febre, dores no corpo e mal-estar geral, o ideal é dar ao organismo o tempo necessário para se recuperar e evitar complicações.

Uma boa regra para avaliar é a recomendação do Colégio Americano de Medicina Esportiva: se os sintomas estiverem restritos acima do pescoço (como nariz entupido ou dor de garganta leve), os exercícios moderados estão liberados. Mas se houver febre, tosse intensa, dores no corpo e cansaço excessivo, é melhor suspender os treinos e descansar.

O ortopedista e médico do esporte, Thiago Viana, membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte (SBMEE), explica que, em alguns casos, atividades físicas leves, como uma caminhada de 20 minutos ou uma aula de ioga, podem até ajudar a aliviar os sintomas. Isso acontece porque o movimento estimula a circulação sanguínea e a liberação de neurotransmissores, como a serotonina, que aumentam a sensação de bem-estar. No entanto, quem optar por se exercitar com sintomas leves deve se atentar a alguns cuidados.

Cuidado com a hidratação e medicamentos

Quem decide manter os treinos mesmo com sintomas mais brandos deve redobrar a atenção com a hidratação e escolher ambientes bem ventilados, evitando o calor excessivo. O médico do esporte alerta para o uso de medicamentos, como descongestionantes, que podem alterar a frequência cardíaca ou afetar o controle do calor durante os exercícios.

Além disso, é essencial ter cuidados de higiene, como lavar as mãos antes e depois de treinar, limpar os aparelhos com álcool ou toalhas umedecidas e evitar aglomerações. Em locais fechados, o distanciamento também deve ser mantido e, se estiver tossindo, é importante usar máscara para proteger os outros.

Respeite os limites do seu corpo

Mesmo com sintomas leves, o mais importante é ouvir o próprio corpo. O infectologista Moacyr Silva Junior, do Hospital Israelita Albert Einstein, alerta que tentar se forçar a treinar com receio de perder a evolução nos treinos pode ser um erro. O exercício físico, quando praticado durante uma infecção, pode sobrecarregar o organismo e prejudicar a recuperação. O sistema cardiovascular já está trabalhando arduamente para combater a infecção, e continuar forçando o corpo pode aumentar o risco de complicações, como exaustão, síndrome de fadiga pós-viral ou até miocardite viral, uma inflamação do músculo cardíaco.

Após um período de infecção, especialmente quando o vírus da gripe atinge o trato respiratório inferior (pulmões e brônquios), é essencial ter cuidado ao voltar aos treinos. O infectologista Moacyr Silva Junior recomenda iniciar com atividades mais leves nos primeiros dias de retorno, respeitando o tempo de recuperação do corpo.

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