
A assessoria de imprensa do cantor Hungria afirmou nesta terça-feira (7) que os exames realizados pelo rapper indicaram intoxicação por metanol, após ele ter ingerido bebida alcoólica supostamente adulterada. A informação contradiz uma declaração recente do ministro da Saúde, Nísia Trindade, divulgada pelo portal Metrópoles, em que ele havia descartado a presença da substância no sangue do artista.

De acordo com a equipe do cantor, os exames foram realizados no Laboratório Richet, da Rede D'Or, e liberados na segunda-feira (6). Os resultados confirmam exposição ao metanol, substância altamente tóxica que já provocou internações e mortes no Brasil nas últimas semanas.
“O artista recebeu tratamento conforme protocolo médico para intoxicação por metanol, incluindo o uso de antídoto e hemodiálise precoce, medidas fundamentais para sua excelente evolução clínica”, informou a assessoria. Apesar do resultado, a equipe médica ainda aguarda a contraprova laboratorial para confirmar o diagnóstico.
Cantor teve sintomas graves, mas já recebeu alta
Hungria deu entrada no hospital DF Star, em Brasília, com sintomas como náuseas, vômitos, turvação visual, dor de cabeça intensa (cefaleia) e acidose metabólica — um quadro grave que levou à suspeita de intoxicação. O cantor ficou três dias internado e recebeu alta no domingo (5). Segundo a assessoria, ele já está em boa recuperação e retomando gradualmente sua agenda de shows, sob acompanhamento médico contínuo.
Na segunda-feira, o ministro da Saúde havia afirmado que não havia metanol no sangue do artista, o que gerou surpresa entre os fãs e a equipe do cantor. A nova informação levanta dúvidas sobre o monitoramento de casos relacionados à crise de bebidas adulteradas no país.
O Ministério da Saúde ainda não comentou a nova versão apresentada pela equipe de Hungria, mas já havia reconhecido anteriormente que o país vive uma emergência de saúde pública relacionada à intoxicação por metanol em bebidas falsificadas.
Casos de metanol sob investigação
Dados atualizados pelo Ministério da Saúde revelam que o Brasil já soma 17 casos confirmados de intoxicação por metanol, além de mais de 200 sob investigação. A maior parte das notificações está concentrada em São Paulo, com 15 confirmações e 164 suspeitas em análise. O restante dos casos está distribuído entre outros estados, incluindo o Distrito Federal.
A crise levou o governo federal a criar um comitê emergencial e intensificar as ações de fiscalização, com foco no rastreamento de produtos clandestinos, principalmente bebidas alcoólicas sem registro ou adulteradas.
O metanol é um tipo de álcool industrial não destinado ao consumo humano. Sua ingestão pode causar cegueira irreversível, falência renal, danos neurológicos e até morte, dependendo da dose e da rapidez do tratamento.
