
Comemorando nesta quinta-feira (28) o Dia Mundial do Combate a Raiva, Mato Grosso do Sul já registrou de janeiro à agosto deste ano 53 casos da doença em animais, envolvendo bovinos, equinos e caprinos. Em entrevista ao Giro Estadual de Notícias do Grupo Feitosa de Comunicação desta quarta-feira (27), a gerente estadual de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde, Camille Sanches destacou que os números surpreendem.

“Isso chama nossa atenção porque envolve propriedades rurais situadas nos arredores das cidades, o que pode facilitar o contato entre seres humanos, especialmente trabalhadores rurais, e esses animais”, explica.
Camille dá detalhes de como evitar a contaminação com os animais. “No contexto dos animais de produção, a principal forma de transmissão ocorre através do contato da saliva do animal infectado com o trabalhador. Em algumas situações, o trabalhador pode manipular a boca do animal e entrar em contato com a saliva. Devido às atividades laborais, ele também pode sofrer lesões ou perfurações na mão, o que aumenta o risco de contaminação”, reforça.
A gerente estadual de Zoonoses da Secretaria de Estado de Saúde, Camille Sanches - (Foto: Sandra Salvatierre)
Além dos animais domésticos e de produção, ainda que há a preocupação com os morcegos, principalmente na Capital. “Em Campo Grande, já foram identificados sete morcegos contaminados apenas este ano. Portanto, é importante fazer um alerta às pessoas que possam encontrar um morcego com comportamento incomum, como voar baixo ou estar caído na calçada ou varanda durante o dia. É essencial não interagir com esses animais e evitar que seus cachorros ou gatos brinquem com eles, pois isso é comum, mas representa um risco”, destaca.
O mais recente registro de raiva em seres humanos no MS ocorreu em 2015, na cidade de Corumbá, a 450 km de Campo Grande, que foi transmitida pela variante transmitida por cães e gatos. Desde então, não houve mais diagnósticos de raiva em seres humanos no Estdo.
A Secretaria de Estado de Saúde distribuiu ao longo deste ano 500 mil doses de vacina em todo Mato Grosso do Sul desde o início de agosto. A campanha de vacinação estava programada para encerrar no dia 30 de setembro, mas devido às dificuldades de acesso às áreas rurais em alguns municípios, a campanha será estendida.
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“No geral, já foram realizados vários dias de vacinação, e nossa expectativa é alcançar pelo menos 80% de cobertura vacinal em todo o Estado. Para obter informações sobre onde o município está realizando a vacinação, entre em contato com a Secretaria de Saúde, pois eles fornecerão orientações. Além disso, você pode levá-lo ao Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) ou à unidade de vigilância, onde a vacina está disponível gratuitamente para todos os cães e gatos a partir de três meses”, informa.
Imunização na Capital - Agentes da Coordenadoria de Controle de Zoonoses de Campo Grande (CCZ) estão realizando a Campanha Anual de Vacinação Antirrábica iniciada em julho. A meta é imunizar 80% da população estimada em 287.768 cães e gatos, mantendo assim o controle da doença em Campo Grande, segundo informações da coordenadoria.
As doses são gratuitas e protegem os animais contra a raiva, que é fatal. Paralelamente também será realizado o novo censo para contabilizar o número de animais na Capital. As equipes trabalharão realizando a contagem e vacina concomitantemente.
O trabalho teve início pelo Bairro Nova Lima e percorrerá as sete regiões urbanas e distritos do município, seguindo um cronograma pré-estabelecido. Até o momento, oito bairros já receberam a ação: Coronel Antonino, Nova Lima, José Abrão, Seminário, Mata do Segredo, Amambaí, Monte Castelo e Planalto. Desde 2005 o trabalho de vacinação é feito de casa em casa em Campo Grande.
