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28 de dezembro de 2025 - 11h42
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SAÚDE

Combinação de calor e umidade podem explicar dores de cabeça mais frequentes no verão

Especialistas apontam relação entre enxaqueca e hábitos comuns da estação e indicam medidas para prevenção

28 dezembro 2025 - 09h50NYT/E+
Calor intenso, desidratação e umidade podem contribuir para dores de cabeça mais frequentes no verão.
Calor intenso, desidratação e umidade podem contribuir para dores de cabeça mais frequentes no verão. - (Foto: Freepik)

Com a chegada do verão, muitas pessoas passam a relatar dores de cabeça mais frequentes, especialmente em dias quentes, úmidos ou com sol intenso. Embora nem sempre exista uma causa única, especialistas afirmam que fatores climáticos típicos da estação, associados a hábitos comuns do período, podem contribuir para o aumento das crises, sobretudo entre pessoas que sofrem de enxaqueca.

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Segundo a neurologista Danielle Wilhour, professora assistente da Universidade do Colorado, pacientes com enxaqueca costumam ser os mais sensíveis às mudanças ambientais. Estudos científicos indicam que calor excessivo, umidade elevada, luz solar intensa e variações na pressão atmosférica podem atuar como gatilhos para dores de cabeça em parte da população, ainda que os efeitos variem de pessoa para pessoa.

Pesquisas realizadas em diferentes países mostram resultados variados. Um estudo norte-americano publicado em 2017 observou que períodos quentes e úmidos estavam associados a um aumento nas idas ao pronto-socorro por enxaqueca. Já uma pesquisa japonesa, divulgada em 2023, identificou maior ocorrência de dores de cabeça em dias úmidos, mas não necessariamente nos mais quentes. Outros trabalhos, no entanto, não encontraram relação direta entre clima e cefaleia, indicando que a resposta do organismo às condições ambientais varia de pessoa para pessoa.

Como o clima pode causar dor

Apesar das divergências nos estudos, médicos consideram plausível que o verão aumente o risco de crises. Vincent Martin, diretor do Centro de Cefaleia e Dor Facial da Universidade de Cincinnati, apresentou dados preliminares em 2024 indicando que, a cada aumento de 10 graus na temperatura, houve crescimento de 6% na ocorrência de dores de cabeça entre pacientes com enxaqueca acompanhados por sua equipe.

Uma das hipóteses é que o calor torne mais ativos os nervos sensíveis à temperatura, facilitando a percepção da dor. A combinação de umidade e calor também podem estimular o nervo trigêmeo, estrutura ligada às enxaquecas e conectada aos vasos sanguíneos do cérebro. Além disso, a desidratação, comum nos dias quentes, pode alterar o equilíbrio de fluidos e eletrólitos no organismo, deixando os neurônios relacionados à dor mais reativos.

A qualidade do ar é outro fator observado com atenção. Em períodos quentes, há maior concentração de poluentes como o ozônio, que podem provocar inflamação nos nervos e favorecer dores de cabeça. A exposição intensa à luz solar também entra na lista, já que pode ativar áreas do cérebro sensíveis a estímulos visuais, especialmente em pessoas com histórico de enxaqueca.

Quedas na pressão atmosférica, frequentes durante tempestades de verão, também aparecem associadas a crises em alguns estudos. Essas mudanças podem alterar a pressão nos seios da face e influenciar os vasos sanguíneos cerebrais, contribuindo para o surgimento da dor.

Como reduzir o risco

Especialistas alertam que nem sempre o clima é o único responsável pela dor. Em muitos casos, ele se soma a outros fatores, como noites mal dormidas, consumo de álcool, estresse ou alimentação irregular. Em algumas pessoas, a sensibilidade à luz ou às mudanças do tempo surge antes mesmo da dor, fazendo com que o clima pareça o vilão principal.

Ainda assim, algumas medidas simples podem ajudar a reduzir o risco. Manter-se bem hidratado ao longo do dia é uma das principais recomendações, assim como repor eletrólitos em situações de suor excessivo. O uso de óculos de sol e chapéus de aba larga pode diminuir o impacto da luz intensa, enquanto evitar exposição prolongada ao calor ajuda a reduzir o estresse térmico do corpo.

Para quem costuma ter crises associadas a tempestades ou mudanças bruscas no tempo, médicos indicam que vale conversar com um especialista sobre o uso preventivo de medicamentos específicos. Pessoas com enxaquecas frequentes, mais de uma ou duas vezes por semana, também podem se beneficiar de tratamentos contínuos, sempre com orientação médica.

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