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SAÚDE

'Doenças que já estavam controladas estão de volta', diz médico sobre sífilis e HIV no MS

Falta de prevenção e campanhas de informação faz sífilis e HIV voltarem a crescer em Mato Grosso do Sul

21 agosto 2025 - 12h40Da Redação
Valdmário defendeu o uso de tecnologia e mais integração entre os serviços
Valdmário defendeu o uso de tecnologia e mais integração entre os serviços - (Foto: A Crítica)

Na manhã da última quinta-feira (21), o médico Valdmário Rodrigues Júnior deu um alerta importante no programa Giro Estadual de Notícias, transmitido por todas as rádios do Grupo Feitosa de Comunicação: a sífilis e o HIV estão voltando a preocupar em Mato Grosso do Sul.

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"Essas doenças já estavam praticamente controladas, mas agora estão voltando, e isso é muito preocupante. Mostra que a prevenção e a atenção básica estão falhando", afirmou o médico, que também é conselheiro fiscal da Unimed Campo Grande e embaixador da Unicred.

Segundo ele, a principal causa do problema é a falta de informação e ações de prevenção nas cidades do interior. "Os casos aumentaram porque a gente parou de falar sobre isso. Não tem mais campanha, nem informação chegando nas escolas, nos bairros, nas famílias", lamentou.

Durante a entrevista, que foi transmitida em rádio e também nas redes sociais, Valdmário falou diretamente com os ouvintes: "O jovem de hoje não sabe que a sífilis voltou. E quem está no interior, sem médico ou estrutura, só descobre quando já está com complicações".

O médico Valdmário Rodrigues Júnior deu um alerta importante no programa Giro Estadual de Notícias

Ele também explicou que essas doenças podem ser passadas da mãe para o bebê durante a gravidez, o parto ou até a amamentação o que se chama de transmissão vertical. "Hoje em dia, isso não deveria mais acontecer. Já temos como evitar, mas para isso o sistema de saúde tem que funcionar desde a base", explicou.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, tem um programa chamado Brasil Saudável, com a meta de eliminar esse tipo de transmissão até 2030. Mais de 150 cidades e sete estados já foram reconhecidos por atingirem metas de prevenção.

Mas, segundo Valdmário, Mato Grosso do Sul ainda está ficando para trás. Ao mesmo tempo, ele reconhece avanços no governo estadual. "O estado de Mato Grosso do Sul hoje, muito bem dirigido, tem todas as condições de fazer a diferença. Mas precisa agir com mais firmeza nessa parte da prevenção", completou.

Para o médico, é fundamental retomar os investimentos na saúde básica. "A gente precisa testar mais, informar mais, cuidar mais. Tem que ter vacina, exame, consulta. Não é só construir hospital, é organizar a rede básica para resolver o problema no começo", afirmou.

Ele também apontou que a superlotação em Campo Grande é reflexo dessa desorganização no interior. "O que mais vemos hoje é ambulância chegando de todo canto. Campo Grande virou a única saída para muita gente que não consegue atendimento na sua cidade", disse.

Sobre soluções, Valdmário defendeu o uso de tecnologia e mais integração entre os serviços. "Tem cidade onde a pessoa faz um exame e depois ninguém sabe do resultado. Se ela vem pra Campo Grande, tem que repetir tudo. Isso atrasa o tratamento e piora a situação", alertou.

No fim da entrevista, ele deixou um recado importante para os gestores e para a população: "Todo mundo precisa saber que sífilis e HIV estão aí. E a melhor forma de combater essas doenças é com informação, exame e prevenção. Isso salva vidas".

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