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26 de setembro de 2025 - 12h51
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SAÚDE

Doença de Crohn e o cordão de girassol: quando a condição é considerada uma deficiência oculta

Uso do símbolo, adotado por Evaristo Costa, chama atenção para enfermidades que não são visíveis, mas impactam a vida cotidiana

26 setembro 2025 - 09h30Williams Souza
Girassol foi escolhido como símbolo de resiliência
Girassol foi escolhido como símbolo de resiliência - (Foto:Redes sociais/Reprodução)

O jornalista Evaristo Costa revelou que passou a usar o cordão de girassol para conscientizar sobre a doença de Crohn, diagnóstico que recebeu em 2021. O acessório, que virou símbolo nacional de identificação de deficiências ocultas, tem como objetivo facilitar a compreensão e reduzir constrangimentos enfrentados por quem convive com condições que não são perceptíveis à primeira vista.

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O que significa o cordão de girassol

Desde 2023, a fita verde estampada com girassóis é reconhecida pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência como forma de identificar pessoas que precisam, em alguns momentos, de adaptações ou compreensão especial. O uso é opcional e abrange condições físicas, intelectuais, sensoriais ou mentais que geram limitações, mas não são visíveis.

Doenças inflamatórias intestinais, como o Crohn, estão nessa categoria. O símbolo busca representar resiliência, remetendo à capacidade do girassol de florescer em condições adversas.

Doença de Crohn acomete o intestino, mas pode gerar repercussões fora do órgão. Doença de Crohn acomete o intestino, mas pode gerar repercussões fora do órgão. (Fonte: Gustavo Arrais/SAÚDE é Vital)

O que é a doença de Crohn

A doença de Crohn é uma inflamação crônica que pode atingir todo o trato gastrointestinal, da boca ao ânus, mas afeta principalmente o íleo terminal (fim do intestino delgado) e o cólon (intestino grosso). Junto com a retocolite ulcerativa, faz parte do grupo das doenças inflamatórias intestinais (DII).

O coloproctologista Carlos Sobrado, da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBPC), explica que a enfermidade pode ultrapassar o sistema digestivo e gerar manifestações em outras partes do corpo, como articulações, pele, fígado, pâncreas, olhos e até pulmões. Casos de trombose e anemia também são comuns.

Sintomas mais comuns

Os sinais da doença de Crohn podem ser confundidos com outras condições gastrointestinais. Entre os mais frequentes estão:

  • diarreia persistente;

  • cólica abdominal;

  • perda de apetite e emagrecimento;

  • febre e sangramento retal em alguns casos.

Outros sintomas, como aftas recorrentes, excesso de gases, dores articulares e manchas vermelhas na pele, também podem estar associados.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico da doença é considerado complexo. Além da análise clínica, são necessários exames laboratoriais e de imagem, como a colonoscopia. O desafio está em diferenciar a Crohn de outras enfermidades com sintomas semelhantes, como colite nervosa, tuberculose intestinal e micoses.

Possíveis causas

Ainda não há consenso sobre a origem da doença. Acredita-se que uma falha no sistema imunológico, aliada a fatores genéticos, desequilíbrios na microbiota intestinal e hábitos como o tabagismo, possa favorecer o desenvolvimento do quadro. A incidência é maior entre pessoas de 20 a 40 anos.

A Doença de Crohn pode afetar todo o organismo, mas dá para controlar seus sintomas.

A Doença de Crohn pode afetar todo o organismo, mas dá para controlar seus sintomas. (Foto: Alex Silva/SAÚDE é Vital)

Tratamento e qualidade de vida

A doença não tem cura, mas os avanços médicos permitem que pacientes tenham qualidade de vida. O tratamento deve ser multidisciplinar, envolvendo acompanhamento de coloproctologista, nutricionista, dermatologista e, em alguns casos, psiquiatra.

O controle é feito com medicamentos que reduzem a inflamação, ajustes na dieta e mudanças no estilo de vida. Durante crises, recomenda-se evitar alimentos gordurosos, leite e glúten. Boas práticas de saúde — como não fumar, não ingerir álcool, dormir bem e praticar atividade física — ajudam a reduzir complicações.

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